Empire Earth III: Faça do mundo o seu império
Investir em uma jogabilidade que simplifique os desafios de uma franquia de sucesso não é uma prática incomum, tampouco em uma época em que os jogos casuais estão em alta. Tentando cativar uma parcela dos jogadores interessados em partidas menos complicadas, que pouco exigem em matéria de comprometimento a longo prazo, não são raras as vezes em que muitos desses títulos conquistam alguma popularidade, principalmente nas versões desenvolvidas exclusivamente para os dispositivos móveis. Mas esse mesmo procedimento deve ser aplicado nos games de estratégia em tempo real, gênero cuja maior característica é o envolvimento do jogador para planejar ações que sejam eficazes para alcançar todos os objetivos propostos?
Lançado originalmente em 2001, Empire Earth surpreendeu a todos ao apresentar batalhas épicas que atravessavam nada menos do que 14 eras. Estendendo-se por um período impressionante de 500 mil anos, compreendendo desde a pré-história, até a era batizada como Nano (envolvendo os anos de 2100 a 2200), o game ainda tinha como destaques a variada gama de civilizações, as amplas unidades com características únicas e algumas metodologias bastante inovadoras para a época, como o engenhoso sistema que levava em consideração a moral dos guerreiros e que afetava as unidades como um todo.
E embora a abundante quantidade de tropas lutando simultaneamente e a necessidade de administrar dezenas de gerações para ditar a evolução de uma civilização poderiam resultar em uma experiência confusa para os iniciantes, era exatamente esse o charme da série, conseguindo se sobressair da grande seara de games desse competitivo gênero.
Com a chegada de Empire Earth III, produzido pela Mad Doc Software e distribuída pela Vivendi Games, grande parte dessa complexidade foi literalmente deixada de fora, pegando de surpresa os seguidores da série que aguardavam por missões ainda mais sofisticadas.
Mantendo intacto o propósito das edições anteriores, centrado na dominação dos territórios e suas respectivas civilizações, a primeira e mais evidente mudança é percebida logo no início de uma partida com a divisão dos períodos em apenas cinco eras: Antiga, Medieval, Colonial, Moderna e Futura. A conseqüência dessa alteração, mesmo que sutil, é que, agora, cada era representa uma extensa fatia da história, se afastando dos eventos que marcaram a evolução da humanidade com missões mais ou menos genéricas. Essa abordagem, no entanto, não representa um fator totalmente negativo, mas aponta para um rumo completamente diferente da proposta inicial da série.
Outra alteração significativa é a redução do número de civilizações disponíveis na campanha individual. Anteriormente oferecendo mais de uma dezena de variadas opções, atualmente só estão disponíveis três facções: Ocidente, Oriente Médio e Extremo Oriente. A escolha de uma delas, porém, não deve ser por acaso, já que cada uma apresenta qualidades distintas que afetarão o método de atuação do jogador.
Quem optar pelo Ocidente, por exemplo, terá ao seu dispor construções mais resistentes e boas vantagens nas importantes lutas corporais que marcam as primeiras eras. Pesquisar e desenvolver tecnologias de ponta é uma faceta nada desprezível, principalmente nas eras mais avançadas em que a robótica e os armamentos autônomos servirão para poupar a população dos possíveis massacres. Em contrapartida, usar com critério os recursos disponíveis é um elemento fundamental para o sucesso da civilização, pois ela é incapaz de produzir um elevado número de estruturas devido ao seu custo elevado.
O Oriente Médio, especializado na formação de numerosas unidades de cavalaria, são os grandes mestres na arte de intimidar, de planejar emboscadas e de realizar ataques-surpresa. A capacidade de mover com rapidez a maioria das suas construções é outro fator positivo, confundindo os adversários com repentinas mudanças de localização. Outro ponto forte dessa civilização é a capacidade de implementar modificações inteligentes nos armamentos, resultando em uma bem-vinda superioridade contra adversários menos equipados. Por outro lado, a incapacidade de erguer muros ou torres de vigilância pode representar um risco iminente de invasão, colocando tudo a perder.
Possuidor de uma ampla quantidade de unidade de infantaria nas três primeiras eras, o Extremo Oriente tem a seu favor a vantagem numérica para dominar os territórios com ataques agressivos. Mais à frente, ao dominar a engenharia genética, eles serão capazes de criar animais valentes e parrudos, treinados para combater qualquer exército. Em resumo, mesmo enfrentando a supremacia tecnológica das demais civilizações, se os ataques forem bem orquestrados, é possível aniquilar os adversários sem muitas dificuldades, usando apenas a força bruta.
Ao todo, as partidas estão divididas em duas modalidades. Na Individual, além de um prático tutorial que demonstra algumas das funções fundamentais, estão incluídas “Dominação do Mundo”, novo estilo de combate em que é preciso dominar as outras civilizações e tribos nativas, e o Escaramuçador, que permite escolher um mapa e travar disputas menores com um ou mais adversários controlados pelo computador. Há ainda o modo Multijogador, onde até sete participantes podem combater entre si, com a possibilidade de definir uma infinidade de parâmetros para moldar o andamento das partidas. Ótimo para prolongar o tempo de vida útil do game.
Apesar de todas as mudanças, Empire Earth III não deixa de ser uma ótima introdução para os jogadores ainda não habituados com o gênero. Os fanáticos pela série, ou os especialistas em games de estratégia em geral, poderão achá-lo menos atraente devido à sua jogabilidade simples e direta. Em ambos os casos, testá-lo poderá sanar essas e outras dúvidas.
Teste o jogo!
Oferecendo as primeiras missões da modalidade Dominação do Mundo, e três mapas para o modo Escaramuçador, a versão gratuita de avaliação também inclui na íntegra o tutorial explicativo e os eletrizantes vídeos de introdução da jornada pela conquista mundial. Com 1.63Gb, ele pode ser transferido nesse endereço.
Os requisitos mínimos para rodá-lo são: Windows XP/Vista, processador de 1.7GHz, placa de vídeo NVIDIA GeForce série 6000 ou equivalente da ATI, 512MB de RAM e 6.5GB de espaço no HD. Maiores detalhes e uma atualização que corrige algumas falhas e melhora a performance podem ser obtidos no nesse endereço.