Instituto de Tecnologia Digipen: Jogos criativos e inovadores produzidos por estudantes
Todos que são vidrados no universo dos jogos eletrônicos e que estão sempre à procura de novos e empolgantes desafios, não podem deixar de visitar regularmente a galeria de projetos desenvolvidos pelos alunos do Instituto de Tecnologia Digipen. Fundada em 1988 e especializada em disciplinas como artes digitais, ciência e engenharia da computação, todas com ênfase no desenvolvimento de jogos, a universidade norte-americana, localizada em Redmond, Washington, já revelou grandes talentos que trabalham atualmente para companhias como Nintendo, Electronic Arts, Valve (criadora do mega-sucesso Half-Life), Konami e Sierra, entre outras que atuam no segmento de entretenimento eletrônico.
Sem precisar seguir as mesmas tendências impostas pelo mercado, aderindo aos conceitos há muito desgastados, os projetos se destacam não só pela inovação, mas por trilharem caminhos muitas vezes inexplorados pelos grandes estúdios. Como resultado, esses títulos frequentemente trazem algumas boas surpresas, como a introdução do conceito de portais dimensionais do excelente Narbacular Drop (aplicado posteriormente em jogos como Prey e o futuro lançamento da Valve, Portal).
A inovação em design promovido pelo divertido Bontãgo.
O irresistível estilo “capture a bandeira” que usa os próprios cenários como arma pelo premiado Toblo.
A boa notícia é que, para quem quiser conferir as últimas novidades produzidas pelos estudantes do instituto, a galeria de projetos que compreende os anos de 2006 a 2007 já está no ar, com 37 dos 52 jogos disponíveis para download imediato e gratuito. E para transferí-los, é muito simples: basta visitar esse endereço, clicar no link de download do jogo desejado, informar a sua idade, concordar com os termos de uso e preencher um simples formulário com nome, e-mail e ocupação. Isso somente será feito uma única vez e nenhum dos dados será sequer verificado, podendo ser fornecido qualquer informação para obter o link válido.
Objetos geométricos se destacam em vários dos projetos.
Para essa nova leva, é possível observar que, assim como nos anos anteriores, uma tendência ficou em evidência entre alguns dos mais relevantes projetos: o uso de objetos geométricos como ponto central da jogabilidade. E embora o conceito possa parecer limitado a princípio, os jogos não desapontam quanto ao grau de desafio, podendo trazer novas idéias para o lucrativo mercado de títulos casuais, geralmente sujeitos a partidas com objetivos mais simples e diretos.
No interessante Shapes on a Plane, por exemplo, a proposta central consiste em proteger um cubo destruindo os invasores presentes em todos os seus seis lados. No interior do cubo, há uma esfera de força que cresce na medida em que o jogador é atingido, destruindo o mesmo caso o seu limite volumétrico seja ultrapassado. Misturando ondas maciças de ataque e combates eletrizantes ambientados em um espaço tridimensional, o jogo também explora ao máximo o recurso de superfícies translúcidas, auxiliando o jogador a traçar estratégias eficientes para os ataques enquanto proporciona um belo espetáculo visual.
Apresentando um conceito similar e também ambientado em um cubo transparente, Boss in a Box é uma espécie de tributo aos chefões presentes nas fases mais avançadas dos antigos jogos de nave. Encarcerado no seu interior, a missão consiste em aniquilá-lo com ondas maciças de ataque, tomando cuidado com os mini-chefões que são liberados seguidamente a partir das ofensivas mais obstinadas.
Outros jogos inspirados nos combates aéreos também se destacaram nessa edição. Transportando o jogador para o interior de uma esfera infestada por naves inimigas, Claustrosphere promove um frenético show de luzes e efeitos sonoros durante os momentos mais dramáticos da partida.
No inovador Empyreal Nocturne, o jogador deve combater complexas estruturas tridimensionais usando como arma as pequenas naves que estão sob o seu comando. E embora ele seja irresistível para os adoradores do gênero, no começo pode ser um pouco complicado entendê-lo, sendo imprescindível seguir com atenção o tutorial em tempo real que fornece preciosas dicas sobre como controlar a nave e melhor investir nos ataques.
Controle a força da gravidade!
Antigas tendências também marcaram presença nessa edição, como o emprego de simulação física como elemento principal. No diferente e inovador quebra-cabeças Gravitation, que utiliza os mesmos elementos dos jogos de tiro em primeira pessoa, a grande novidade fica por conta da capacidade de poder alterar livremente a influência da força da gravidade exercida no jogador. Com isso, ele poderá percorrer por paredes e pelo teto para abater os inimigos e coletar os itens que estão espalhados em intrincados cenários, ao mesmo tempo em que o grau de dificuldade é aumentado devido á facilidade de se perder pela falta de uma referência fixa.
Compartilhando do mesmo conceito gravitacional, OmniFall tem como diferencial a capacidade de alterar também a gravidade de todos os elementos presentes no cenário, ocasionando na obstrução de passagens e impedindo que itens cruciais sejam facilmente coletados. Irresistível, mas nada fácil!
Simulação física não ficou de fora.
Mas eles não são os únicos a depender dos fenômenos da física. Inspirado em clássicos como The Incredible Machine e Armadillo Run, PHLOP. apresenta uma série de estimulantes enigmas que devem ser resolvidos a partir da combinação de objetos simples para criar complexos dispositivos que reverterão os problemas. Ótimo para os candidatos a Professor Pardal.
No simulador Trick My Plane, é possível fazer mudanças na aerodinâmica de um avião de controle remoto, e Paper Cuts permite criar livremente gaivotas de papel para participarem de acirradas competições que avaliam os melhores modelos.
Os demais títulos não ficam para trás. Explorando os mais diversos gêneros, eles merecem ser igualmente conhecidos, assim como os projetos dos anos anteriores que estão agrupados nesse endereço. Não deixe de visitar regularmente essa lista, pois novos links são fornecidos com frequência, assim como versões melhoradas dos jogos já disponibilizados.
Todos os jogos são compatíveis com o Windows XP, mas os requerimentos mínimos varia de acordo com o título. Para rodá-los sem maiores dificuldades, é recomendável estar equipado com um processador de 2GHz, 512MB de RAM, uma placa de vídeo com suporte nativo a Pixel Shader 2.0 e alguns GBs livres no HD.