Mesmo em Episódios, Sequência de Half-Life 2 Continua Detonando

Não há nenhum exagero quando a série Half-Life é referenciada como um dos melhores jogos de tiro em primeira pessoa de todos os tempos. Opinião compartilhada tanto pelo público como pela crítica, a franquia, desenvolvida pela Valve Software e que teve início em 1998, sempre apostou na inovação, seja pela tecnologia de ponta aplicada no mecanismo gráfico, seja pelo cuidado na elaboração dos roteiros, que geralmente abordam universos interessantes e que, com um significativo grau de sucesso, conseguem prender a atenção dos jogadores.

A mais recente novidade da empresa, no entanto, não está diretamente relacionada a um aspecto tecnológico, mas na pioneira forma de distribuição que será adotada em alguns dos seus próximos lançamentos. Ao invés de lançar de uma só vez um jogo inteiro, com uma trama completa, os títulos serão disponibilizados na forma de episódios, mais curtos e que cobrem apenas um trecho da história. E embora esse modelo de distribuição possa oferecer alguns benefícios, como o surgimento de novos estágios com uma maior frequência e um preço inicial mais acessível, ainda é cedo para afirmar se essa tendência será bem aceita pelo mercado ou adotada por outras desenvolvedoras. Contudo, a Valve tem a seu favor um fator importantíssimo para o êxito nessa primeira etapa: a aguardada continuação de “Half-Life 2”, sucesso absoluto entre os fãs de jogos de ação e que já vendeu mais de 4 milhões de cópias no mundo todo.

Como primeira parte da trilogia, “Episode One” tem início logo após os últimos acontecimentos de “Half-Life 2”, em que a explosão do reator dimensional disparado por Dr. Breen coloca em dúvida se o herói do jogo, o cientista Gordon Freeman, e a sua fiel aliada, Alyx Vence, conseguirão escapar ilesos. Resgatados a tempo por membros da resistência contra o regime totalitário da raça alienígena “Combine”, a jornada começa com a missão de encontrar uma forma de desativar o reator sobrecarregado de Citadel e escapar, que qualquer forma, da City 17, cidade onde a história se desenrola e que está em risco iminente de explosão.

Um dos grandes destaques do game é a participação ativa de Alyx, que acompanha Freeman durante boa parte das missões e que traz ao título uma nova e empolgante dinâmica de grupo, onde seus comentários fornecem dicas sobre como superar alguns obstáculos e a sua ajuda durante as batalhas auxiliam bastante, principalmente quando é preciso combater vários inimigos e resolver, simultaneamente, algum enigma.

Outro fator marcante é a forte presença de quebra-cabeças que surgem durante todo o andamento do jogo. Ao invés de limitar as ações na invasão e na conquista de territórios, o jogador precisará interagir com os vários objetos que estão espalhados pelos cenários, fazendo uso constante da arma gravitacional para ativar pontes, desobstruir caminhos e desarmar armadilhas, entre outros. Tarefa essa que, devido à simulação física apurada empregada no game, se transforma em uma experiência bastante recompensadora.

Em relação aos gráficos, a tecnologia “Source”, presente desde a última edição e que foi ligeiramente modificada para acompanhar os recursos oferecidos pelas placas de vídeo mais recentes, continua mostrando que tem fôlego de sobra para competir com os padrões atuais, produzindo cenários belos, vastos e detalhados. O recurso “High-Dynamic Range” (HDR), que favorece a criação de ambientes mais naturais com efeitos realísticos de luz e sombra, também se destaca, assim como a linguagem corporal dos personagens e suas expressões faciais, que convencem e auxiliam ainda mais na imersão do jogador no ambiente.

O primeiro episódio, porém, é um pouco curto. Dividido em 5 capítulos, os jogadores mais experientes poderão concluí-lo em aproximadamente 6 horas, mas nem por isso o jogo deixa de ser atraente ou relevante. Com uma história envolvente, o título tem tudo para conquistar novos fãs e agradar aos que acompanham a série desde o início. E os extras, além de valorizarem o pacote como um todo, também podem estender consideravelmente a vida útil do título, com mapas para travar batalhas em rede e o curioso recurso opcional de ouvir os comentários dos desenvolvedores durante o andamento das fases, demonstrando em detalhes os bastidores da criação de cada uma das etapas do jogo.

Duas formas para adquirir o jogo são oferecidas: online, ao custo de US$20; ou nas lojas, ao custo médio de R$49.90 e que, por ser distribuído em DVD, pode ser atraente para quem não quiser transferí-lo integralmente pela internet.

A distribuição por capítulos é um passo audacioso e arriscado. Porém, tendo como base um título de peso como a continuação de “Half-Life 2”, não é difícil prever o sucesso inicial do formato. Mas só o tempo irá confirmar se a tendência será adotada no futuro, principalmente em relação a outros títulos menos famosos.

Requisitos mínimos:

• Processador de 1.2GHz
• 256MB RAM
• 4,5 GB de espaço livre no HD
• DVD-ROM de velocidade 8X
• Placa de vídeo 3D, com 64MB e compatível com DirectX 9.0.
• Acesso à internet para ativar o produto.