Prey: Inovando os Jogos de Tiro em Primeira Pessoa

Prey: Inovando os Jogos de Tiro em Primeira Pessoa

Aguardado pacientemente por mais de 11 anos, Prey, jogo de tiro em primeira pessoa que seria uma das grandes promessas da “3D Realms” após o lançamento do mega sucesso Duke Nukem 3D, finalmente teve o seu ciclo de desenvolvimento concluído. Iniciado em 1995, o projeto, ambicioso por tentar incorporar elementos sofisticados para os padrões da época, foi interrompido por duas vezes, em parte pela dificuldade de se criar um mecanismo que implementasse todos os recursos planejados originalmente. Contudo, quando muitos o consideravam um projeto abandonado, eis que surge a Humam Head Studios, supervisionada pela 3D Realms, para assumir a tarefa de desenvolvê-lo, usando como base uma versão modificada do mecanismo gráfico presente no jogo Doom 3. Resultado? Valeu a espera!

O que chama mais a atenção ao iniciar o jogo pela primeira vez é o empenho que foi aplicado na elaboração do roteiro. Mais do que um simples pano de fundo para justificar o disparo desenfreado dos mais diversos tipos de armamentos, a trama, envolvente e que reserva algumas boas surpresas, tem como ponto de partida a insatisfação de Tommy, o protagonista do jogo, com a sua vida pacata em uma reserva indígena. Descendente de nativos norte-americanos, mas ultimamente inclinado a negar suas raízes, Tommy tem o desejo de conhecer o mundo, e tenta convencer sua namorada, relutante, a acompanhá-lo. Com o pretexto de que algo ruim está prestes a acontecer, seu avô tenta desencorajá-lo, mas sem muito sucesso, até que uma simples briga de bar provoca uma série de eventos desastrosos, culminando com a abdução de todos os presentes. Tommy, único a conseguir se soltar durante a captura, tem que lutar pela sobrevivência em um ambiente hostil e salvar, a todo custo, o seu avô e a namorada. Mas uma série de reviravoltas no enredo irá mudar o rumo dos acontecimentos, prendendo a atenção do jogador até o último momento.

Além de incluir os elementos mais comuns dos jogos de tiro, como a exploração dos cenários em busca de munição e a aplicação de táticas de ataque, “Prey” inova ao mesclar temas incomuns, como o uso da espiritualidade, para superar os obstáculos. No modo “Spirit”, por exemplo, Tommy assume o espectro de uma águia, podendo voar livremente pelo ambiente sem ser notado. Esse mesmo espectro poderá guiar os passos de Tommy, auxiliando-o na descoberta de passagens ocultas e fornecendo dicas sobre como proceder em algumas ocasiões.

Outra característica interessante apresentada pelo jogo são os portais dimensionais. Através deles, os inimigos podem atacar a partir de qualquer ponto, um personagem pode ter seus atributos físicos alterados e cenários inteiros podem ser espelhados, expondo o jogador ao risco de se ferir com seus próprios disparos.

A possibilidade de controlar o efeito da gravidade também é um recurso interessante, assim como a capacidade de andar pelas paredes que, embora possa parecer um recurso confuso e sem muito propósito no início, favorece a criação de novas formas de ataque e de exploração, principalmente na modalidade multi-jogador.

Essas características desempenham um papel fundamental em “Prey”, sem contar que aumentam consideravelmente o leque de opções de combate e ajudam na solução de muitos dos quebra-cabeças espalhados pelas missões.

Os cenários, ricamente detalhados, proporcionam total liberdade para o jogador interagir com os seus vários elementos, permitindo controlar desde televisores e jukeboxes, até participar de partidas virtuais nas máquinas de fliperama. Outro fator que contribui bastante é a grande variedade das fases, impedindo que as missões se tornem monótonas com o tempo. Também positivo são os momentos bem-humorados de determinadas partes do jogo, como nos comentários cheios de personalidade de Tommy e as sutis referências impressas na trilha sonora. Ótimo para quebrar o gelo das missões que se desenrolam em inóspitos e sombrios ambientes.

Com lançamento previsto para essa semana nos Estados Unidos e na Europa, ainda não foi definida uma data para a chegada de “Prey” no Brasil. Porém, é possível jogar integralmente as cinco primeiras missões, transferindo a versão de demonstração disponível nesse endereço. Com aproximadamente 450Mbytes, dois mapas para jogar em rede também estão incluídos. Uma versão de testes para XBOX360 também está disponível.

Requisitos

Com belos cenários, gráficos exuberantes, muitos efeitos de luz e sombra e um ritmo de ação frenético, para rodá-lo satisfatoriamente, será preciso ter no mínimo um Pentium 4 de 2Ghz, 512MB de RAM, 2.2GB de espaço livre no HD e uma placa de vídeo com 64MB e suporte nativo para T&L.