Supreme Commander: um game de proporções homéricas
Lançado no final de setembro de 1997, Total Annihilation foi um marco para a história dos jogos de estratégia em tempo real. Criado por Chris Taylor, e considerado até hoje como um dos melhores títulos a fazer parte do gênero, tudo nele era incrivelmente grandioso: as amplas arenas estendiam as batalhas por vastos territórios, enquanto que a quantidade de unidades que podiam ser criadas e manipuladas simultaneamente deixavam qualquer jogador entusiasmado com as inúmeras possibilidades de ataque e defesa. Os gráficos também não ficavam para trás, com seus cenários tridimensionais em uma época em que isso ainda era uma raridade, principalmente no gênero que sempre foi tradicionalmente isométrico.
Com o lançamento de Supreme Commander, prometido desde meados de 2005 e que finalmente chegou para os PCs pelas mãos da THQ, Taylor não somente quis repetir o mesmo feito de T.A., como procurou expandí-lo em todas as direções. E o título, ganhador de seis prêmios na última edição da E3 (maior feira de games dos Estados Unidos), para o satisfação dos antigos fãs, continua investindo no filão de “quanto maior, melhor”, superando todas as espectativas.
Das três facções, somente uma terá chances de vencer
A ação, desenrolada em um futuro remoto e que transforma todo o universo em um gigantesco e caótico campo de batalha, se concentra na tentativa de encontrar meios viáveis para terminar com a “Guerra Infinita”, conflito que há mais de mil anos traga progressivamente os recursos naturais da galáxia e que, se não for paralisada a tempo, resultará no seu total extermínio. No meio dessa balbúrdia se encontra o jogador, que deverá assumir o controle absoluto de uma das três facções que dividem a humanidade –Aeon Illuminate, Cybran Nation e United Earth Federation, cada uma com objetivos e ideologias próprias – e empregar as mais diversas e eficazes estratégias para neutralizar as outras duas e manter-se no controle.
No modo campanha individual, para cada facção há seis missões diferentes para defender seus próprios pontos de vista, segmentadas em uma série de desafios que vão desde o estabelecimento de uma nova base, até obter êxito em destruir construções estratégicas e que mantêm o poderio militar e econômico dos adversários. E é nesse aspecto que o jogo se sobressai. Ao completar um objetivo, partes adjacentes do mapa serão progressivamente revelados, podendo chegar a latifúndios de algumas dezenas de quilômetros quadrados. Isso significa que o jogador não terá moleza, tendo que aplicar estratégias eficientes para se movimentar por vastas localizações apinhadas por inimigos, ao mesmo tempo em que deve ficar alerta para para os possíveis ataques às unidades remotas do mapa. Sem contar, claro, com a importante habilidade de gerenciar corretamente os recursos para dar suporte à toda região.
Tecnologia a serviço da guerra
Em comum, todas as facções dependem das Unidades Blindadas de Comando para fabricar os andróides que irão compor os exércitos (não há soldados humanos nas batalhas) e os demais armamentos de combate e defesa que serão aplicados na terra, na água e no ar. Cada facção, no entanto, possui uma série de tecnologias próprias, sendo importante estudar as suas vantagens e fraquezas antes de optar definitivamente por uma delas.
Outro fator crucial é a divisão em nível das tecnologias que o jogador pode usar em um dado momento. Separadas em quatro categorias, a primeira, disponível assim que for iniciada a primeira missão, exige técnicas criativas de ataque e defesa para compensar a fragilidade para se defender e abater os oponentes pré-estabelecidos. A geração seguinte melhora consideravelmente a defesa, mas ainda é limitada quanto aos ataques, demandando ações certeiras quanto à quantidade de elementos enviados para combate e a demanda pela construção de novas unidades.
A terceira, mais completa, proporciona melhorias sob todos os aspectos, criando uma força de batalha praticamente indestrutível, mas que também estará disponível aos adversários, causando um difícil duelo. Por último, há a categoria experimental, que possibilita a criação de unidades maciças de combate, ao custo de um longo tempo de produção –período em que ele poderá estar vulnerável. Todos esses níveis tecnológicos estão disponíveis gradativamente após a vitória de uma missão ou da ocupação de territórios-chave, conferindo ao título um desafio constante que mescla estratégias dinâmicas com a habilidade de gerenciar bem os (parcos) recursos.
Tutoriais ensinam como ser um mestre da estratégia
Em relação à apresentação, a produtora Gas Powered Games, de propriedade de Chris Taylor, não economizou esforços para reproduzir visualmente todas as nuances de uma guerra. Os gráficos são convincentes, e o mecanismo de aproximação da câmera permite conferir desde os mais discretos detalhes durante a construção das unidades, até a visão geral e completa de todo o território, feito notável devido à extensão dos campos de batalha. Os cenários reagem realisticamente aos eventos ocorridos durante os conflitos, produzindo desde incêndios em florestas decorrentes ao abatimento das aeronaves durante uma invasão aérea, até a mudança topográfica de uma região após ser devastada por um intenso confronto entre facções.
As bem-produzidas sequências que pontuam os objetivos de cada missão também merecem destaque, assim como o vasto acervo de tutoriais em vídeo que ensinam, com extrema facilidade e clareza, avançadas estratégias militares, incluindo dicas importantes sobre gestão financeira e o melhor aproveitamento de recursos. Excelente para os jogadores ainda não habituados com os entraves do gênero ou que queiram fazer bonito nas partidas em rede.
Baixe gratuitamente a versão de testes do jogo
Ansiosamente aguardado pelos fãs de Total Annihilation, Supreme Commander não decepciona. Com vastos territórios, múltiplas ações desempenhadas ao mesmo tempo e um desafio que não se limita apenas ao lado estratégico, o título tem todos os elementos para se tornar um novo clássico.
E uma versão de demonstração, que inclui os primeiros desafios da facção Cybran e um mapa para combater em rede, pode ser transferido gratuitamente no site oficial do jogo. Com pouco mais de 1GB, basta clicar no botão “Download Now: Demo” e escolher um dos links fornecidos, sendo que os requisitos mínimos são os mesmos da versão integral: Windows XP SP2 ou Vista, processador de 1.8Ghz ou superior, 512MB de RAM (1GB recomendado), placa de vídeo compatível com o DirectX9.0c e com suporte integral para PixelShader 2.0, 8GB de espaço livre no HD e um drive de DVD-ROM.