The Sims Life Stories: Histórias de Náufragos
Derivada da bem sucedida franquia The Sims, mas empregando um mecanismo modificado para simplificar as partidas e torná-las ainda mais atraentes para os jogadores casuais, a popular série The Sims Stories conseguiu se destacar por apresentar uma proposta totalmente diferente do título original.
Deixando de lado a notória liberdade que era concebida ao jogador para definir os rumos da história, a nova série se tornou popular pela forma em que o universo dos Sims era abordado, levando-o a participar de um enredo definido. Repleto de reviravoltas, para concluir as missões não era fácil: dependia sempre da capacidade do jogador de compreender –ou antecipar—alguns dos conflitos antes de acontecer uma calamidade.
As situações nem sempre corriqueiras que precisam ser vivenciadas pelos jogadores foi um dos principais fatores para resultar nesse sucesso. Em Histórias da Vida, episódio que inaugurou a série em fevereiro de 2007, era preciso encontrar meios criativos para lidar com a conturbada vida sentimental de dois distintos personagens.
A tarefa, contudo, estava longe de ser banal. A protagonista, Rita Najura, tinha que conciliar os afazeres domésticos e profissionais com a árdua tarefa de reestruturar a sua vida e se desvencilhar da acirrada marcação de um insistente ex-namorado. Lidar com o outro personagem, Brito, um especialista em tecnologia, também não era para amadores, levando o jogador a se desdobrar na tentativa de criar um ambiente que fosse propício para o protagonista ter uma melhor sorte com as garotas.
Lançado em junho de 2007, o episódio História de Bichos tampouco tinha a intenção de facilitar a vida dos jogadores. Incentivando-o a decifrar a personalidade nem sempre óbvia dos seus bichos de estimação virtuais, e conseguir ensiná-los truques surpreendentes para conquistar a simpatia de um rigoroso corpo dos jurados, um dos objetivos centrais envolvia ganhar o grande prêmio das exposições públicas mais prestigiadas. E apesar do tema envolvendo animais de estimação ser bastante recorrente na série, encontrar meios engenhosos para desvencilhar das armadilhas criadas pelas equipes rivais garantia a diversão por longos períodos.
Entretanto, o melhor episódio ficou por último. Fechando a trilogia com uma aventura de tirar o fôlego, o recém-lançado Histórias de Náufragos é indiscutivelmente o mais exigente de todos. Convidando o jogador a participar de um implacável teste de sobrevivência, o título se sobressai pelas oportunas diferenças quando comparada com os demais títulos.
A primeira vista, o que mais chama a atenção é o ambiente em que as ações são desempenhadas. Tradicionalmente empregando cenários como a moradia do personagem, o seu local de trabalho e os arredores da sua cidade, nessa edição será preciso se empenhar em uma ilha selvagem e aparentemente deserta para garantir a sua sobrevivência.
Emprestando elementos que relembram a narrativa da popular série Lost, a trama tem como ponto de partida um desastre ocorrido na sua embarcação e a sofrida chegada à ilha. Os primeiros capítulos, de um total de 24, servem como uma espécie de tutorial para habituar o jogador com a mecânica empregada pelo game, usando como mote um severo teste de resistência que envolve lidar com um grupo de orangotangos selvagens e estátuas envenenadas, entre outras tarefas.
Com o passar do tempo, o jogador perceberá que não está sozinho, encontrando outros sobreviventes do acidente e alguns nativos. E é nesse momento que a trama fica mais densa, rendendo situações curiosas como os sinistros bastões mágicos e os rumores da existência de uma fonte da juventude. Nos capítulos subseqüentes, outros tantos mistérios surgirão, cabendo ao jogador desvendá-los.
Como o jogo não tem um final definido, e muito menos está prevista a chegada de uma embarcação para salvar os sobreviventes do acidente, o personagem está fadado a se adaptar ao local e torná-lo o mais aconchegante possível. Durante boa parte dessa dura jornada será preciso caçar alimentos, acumular recursos da ilha para transformá-los em algo útil e monitorar o status do personagem para mantê-lo motivado e saudável. Nesse sentido, para evitar que as partidas se tornem monótonas ou rotineiras, um boa sacada foi a constante necessidade de completar os mais diversos afazeres, com capítulos dinâmicos que apresentam desafios novos e diferentes para cada perfil. Ótimo para quem deseja prolongar a vida útil do game ou participar da aventura controlando mais de um personagem.
Em relação aos gráficos, como o título foi otimizado para rodar satisfatoriamente bem em notebooks e computadores sem uma placa de vídeo dedicada, os cenários podem aparentar menos sofisticados quando comparados com os atuais jogos que usam mecanismos de última geração. Contudo, levando em consideração a iniciativa de criar um título que fosse mais leve e menos rigoroso quanto aos requisitos mínimos, os visuais não chegam a atrapalhar e se encaixam perfeitamente na proposta inicial do jogo.
O áudio, por outro lado, é muito bem produzido e a trilha sonora incidental mantém o suspense durante todo o tempo. Os excelentes efeitos sonoros que reproduzem os ruídos de uma ilha selvagem igualmente se destacam, ora incentivando o jogador a explorar com mais afinco as localizações, ora guiando-o para encontrar elementos que são importantes para prosseguir na sua jornada.
Considerada como uma espécie de novela interativa dos Sims, a série Histórias não deixa de ser uma excelente opção para os jogadores que gostariam de testar as suas habilidades nesse rico universo. E por ser um título independente, não é necessário a prévia instalação das edições anteriores para executá-lo. Os requerimentos mínimos exigidos são: Windows XP ou Vista, um processador de 1.8GHz ou superior, 512MB de RAM, drive de DVD de 8X, 2.7GB de espaço livre no HD e uma placa de vídeo compatível com o DirectX 9.0c e equipada com 32MB de memória.