Tom Clancy's Splinter Cell: Double Agent

Tom Clancy's Splinter Cell: Double Agent

A Dura Jornada de um Agente Duplo

Inspirado nos dramas políticos escritos por Tom Clancy, autor de grandes sucessos como “Caçada ao Outubro Vermelho” e “Jogos Patrióticos”, “Splinter Cell” sempre teve como destaque a abordagem realística e minuciosa do fascinante –e perigoso— universo da alta espionagem. Buscando reproduzir as mesmas emoções vividas pelos agentes ultra-secretos em missões carregadas de suspense, a aguardada quarta edição da franquia, “Splinter Cell: Double Agent”, continua apostando firmemente neste filão, trazendo um oportuno sopro de inovação que irá agradar até os mais experientes jogadores habituados com as costumeiras reviravoltas das tramas que constituem o gênero.

Apresentando um enredo muito bem amarrado, o jogador assumirá mais uma vez o papel do destemido agente Sam Fisher, dessa vez na difícil missão de desarticular uma complexa rede de terroristas que planeja realizar um ataque maciço em território norte-americano. E embora o tema não traga absolutamente nada de novo, a forma com que o jogador terá que se desdobrar para conseguir sucesso na arriscada empreitada é, no mínimo, interessante: se infiltrar no grupo, obtendo o maior número de informações sigilosas sem levantar maiores suspeitas. E o pior: agindo como se fosse um deles, não medindo esforços para cumprir todas as ordens determinadas pelos líderes do grupo.

Como um autêntico agente duplo –daí o subtítulo do jogo— a serviço da Agência Nacional de Segurança dos EUA, as missões envolvem os interesses das duas organizações, cada uma com objetivos extremamente opostos e invariavelmente conflitantes. Dilemas morais não demorarão a surgir, e escolher o melhor caminho nem sempre será uma decisão fácil, principalmente porque a linha que separa o bem e o mal, assim como os reais inimigos dos leais aliados, não está claramente definida durante o desenrolar da história.

Misturando elementos de ação intensa com a livre exploração de amplos cenários, o game mantém a mesma fórmula das edições anteriores, seguindo o caminho trilhado por clássicos como “Metal Gear Solid” e “Thief”. Estimulando o estudo cauteloso da área para definir uma estratégia eficaz de atuação, o jogo não incentiva ações despropositadas como a de adentrar em um ambiente disparando sem nenhum critério contra todos que estiverem pela frente. Ao invés disso, o jogador deverá invadir sorrateiramente o território, capturando documentos, sabotando planos, instalando armadilhas e se livrando dos possíveis inimigos da forma mais discreta e silenciosa possível, sem deixar rastros.

As missões, que têm objetivos bem definidos, podem ser concluídas seguindo múltiplos caminhos alternativos, concedendo ao jogador um elevado grau de liberdade para bolar uma tática própria de ação. Por exemplo, em uma área protegida por uma cerca eletrificada e um portão eletrônico, é possível prosseguir por pelo menos três caminhos diferentes: desativando o circuito de alimentação da cerca e escalando-a, correndo o risco de ser flagrado pelos onipresentes canhões de luz; obter o código da tranca ao interrogar um vigilante, que provavelmente resultará no disparo de um alerta geral; e usando o computador para desativar a tranca. O resultado das ações dependerá da estratégia adotada e da aptidão em desempenhá-la, exigindo boas doses de criatividade e planejamento.

Ao longo do jogo, aprimorar uma série de habilidades acaba sendo um fator determinante para concluir com sucesso as missões. Além de manipular com destreza todos os empolgantes acessórios de espionagem de última geração, será preciso quebrar senhas para invadir sistemas, usar o raciocínio lógico para desembaralhar mensagens eletrônicas, empregar a intuição para destravar cofres e fechaduras, e contar com um pouco de sorte no momento em que for inevitável desarmar bombas e demais armadilhas, entre outras tantas tarefas que dificilmente deixarão o jogador entediado.

Em relação às edições anteriores, “Double Agent” também traz uma variedade maior de locações, em especial a gélida Islândia e a iluminada capital do Congo, ambos elevando consideravelmente o nível de dificuldade por não oferecerem muitos locais para se esconder durante as invasões, resultando em um risco maior de se expor e ser capturado. Outra novidade é que, durante algumas sequências que explicam em detalhes os acontecimentos da trama, o jogador terá que assumir rapidamente os controles, seja para dominar um veículo descontrolado ou conseguir resolver um súbito problema no pára-quedas. Ótimo para aumentar o nível de adrenalina e testar o grau de atenção.

Além do modo campanha individual, SCDA oferece um inovador modo multiplayer, que é uma espécie de evolução do clássico “capture a bandeira”. Resumidamente, até seis jogadores podem ser divididos em duas categorias distintas: a clã dos espiões, velozes e equipados com todo o tipo de parafernália eletrônica para invadir sistemas e abrir portas, que deve hackear o sistema dos adversários e trazer dois arquivos para a sua base; e os mercenários, lutando do lado oposto e que têm que evitar a invasão a todo custo, eliminando a ameaça com o seu armamento pesado. Podendo aplicar as mais variadas estratégias em ambos os casos, é uma ótima forma de entreter os adeptos dos jogos em rede e prolongar consideravelmente a vida útil do game.

O cuidadoso trabalho na composição da música incidental, presente em boa parte da aventura, é outro aspecto positivo, assim como o uso do mecanismo gráfico Unreal Engine 3, que enriquece o visual por fazer uso intensivo do recurso HDR (High Dynamic Range). Empregando uma expressiva autenticidade às luzes traçadas por lanternas e a projeção realística das suas respectivas sombras em todos os objetos dos cenários, esse mecanismo também é o responsável pela abundante variedade de efeitos visuais que contribuem na geração de paisagens e ambientes complexos e detalhados ao extremo.

Toda essa exuberância, no entanto, tem um elevado custo, exigindo uma placa de vídeo que possua o recurso Shader Model 3.0 (somente são suportadas oficialmente as séries 6600 da NVIDIA e X1600 da ATI, ou superiores), um processador de 3GHz, 1GB de RAM, 10.6GB de espaço livre no HD e um drive de DVD-ROM.

Teste o jogo

Belíssimos gráficos e uma história instigante fazem de Splinter Cell: Double Agent uma excelente opção para essas férias. Para conferir se ele roda satisfatoriamente no seu equipamento, transfira a versão de demonstração disponível nesse endereço. Uma versão multiplayer também está sendo fornecida no mesmo endereço, e cada uma tem aproximadamente 900MB.