Smartphones: mais do que telefones turbinados, são poderosos video-games portáteis

Smartphones: mais do que telefones turbinados, são poderosos video-games portáteis

Produções caprichadas, e que usam tecnologias de ponta, tornam os jogos para dispositivos móveis tão atraentes quanto aos dos consoles portáteis

Todos que acompanharam de perto a evolução dos celulares certamente se recordam de como eram simples os primeiros jogos que acompanhavam os aparelhos. Apresentando desafios simplórios, que iam desde alimentar uma cobra sem se enrolar nas minúsculas telas, até testes superficiais de memória e habilidade, esses jogos podiam ser considerados mais como uma mera curiosidade do que uma ameaça real para os consoles portáteis que imperavam na época.

Com a introdução dos smartphones, essa situação nada empolgante para os entusiastas em games que estavam interessados em carregar apenas um aparelho começou a mudar. Equipados com um hardware bem mais robusto e com suas telas maiores capazes de serem interagidas por meio de toques, jogos mais sofisticados começaram a surgir, trazendo desde adaptações de grandes clássicos do gênero casual, até belas produções que deram os seus primeiros passos nos próprios celulares, como as bem-sucedidas séries Angry Birds e Cut the Rope, entre outros.

Isso, no entanto, foi apenas o começo.

Um dos fatores que certamente contribuiu para a consolidação dos celulares como um concorrente de peso para os consoles portáteis foi a adaptação de alguns dos mais importantes motores que também são empregados para desenvolver títulos para os computadores e videogames. Mais especificamente, o Unity3D, produzido pela Unity Technologies, e o aclamado Unreal Engine 3, da Epic Games, ambos capazes de produzir games para as plataformas iOS e Android, e que podem ser utilizados tanto pelas grandes produtoras, quanto por desenvolvedores independentes (até de forma gratuita, dependendo da forma de comercialização dos produtos finais).

E não faltam bons exemplos de como esses motores são capazes de produzir títulos de qualidade para os dispositivos móveis. Infinity Blade, primeiro game para iOS a utilizar o Unreal Engine 3, surpreendeu tanto pelos seus amplos e exuberantes cenários, quanto pela ação que, mesmo se tornando um tanto repetitiva após um tempo, era de tirar o fôlego.

Levando o jogador a enfrentar batalhas épicas empunhando uma poderosa espada, um dos seus maiores atrativos era a sólida jogabilidade, em que era preciso fazer determinados gestos na tela do aparelho para conseguir atacar e se defender das constantes ameaças. A sua terceira edição, prevista para chegar no início do próximo ano, promete manter aceso o interesse pela série, convidando o jogador a participar dos eventos que forjaram a poderosa arma.

Outro jogo que faz um uso engenhoso da tela multitoque é o Demon’s Score. Compatível com dispositivos iOS e Android, o título mistura ação frenética com um divertido teste de habilidade rítmica, desafiando o jogador a encostar em determinadas áreas da tela no momento exato ou arrastar o dedo nas direções indicadas para golpear os inimigos.

Apesar do enredo e dos personagens serem um tanto bizarros, e a necessidade de adquirir extras para acumular poderes e diversificar os ataques ser um tanto irritante, o belos gráficos e o andamento alucinante certamente irão agradar aos apreciadores de jogos que misturam ação com desafios rítmicos.

Outro recurso presente nos smartphones e que está sendo criativamente explorado pelos games é o acelerômetro. Desenvolvido para o iOS usando o Unity3D, Aaaaa…! (Force = Mass x Acceleration) tem uma proposta no mínimo inusitada: levar o jogador a fazer o maior número de acrobacias enquanto mergulha em queda livre do topo de assustadores arranha-céus. O pulo do gato? Para se desviar dos obstáculos, coletar power-ups e completar outras tarefas nada fáceis, ao invés de conduzir o personagem pressionando botões virtuais na superfície da tela, a interação é feita com movimentos realizados no próprio aparelho. Divertido? Sem sombra de dúvida!

Estes três exemplos, no entanto, representam apenas uma pequena parcela dos títulos com uma qualidade comparável aos games presentes nos consoles portáteis. Outros tantos, usando ou não os motores citados, estão surgindo a todo momento. E são eles que vamos desbravar aqui mesmo, nas edições seguintes. Até a próxima!