American McGee's Grimm: Contos de fadas às avessas
Previsto para ter vinte e quatro episódios, sendo um por semana, American McGee’s Grimm é o mais recente título a integrar a bem sucedida modalidade de distribuição de games em capítulos. Desenvolvido pela Spicy Horse, e usando como inspiração os contos do clássico livro infanto-juvenil Grimm’s Fairy Tales, o primeiro episódio da safra, intitulado A Boy Learns What Fear Is, já está disponível. E o melhor: de forma totalmente gratuita e sem nenhuma restrição.
Antes de torcer o nariz para um título supostamente infantil, ou transferí-lo para distrair a gurizada, é importante observar que, por ter sido idealizado por American McGee, as crianças estão longe de ser o público-alvo do jogo. Famoso por criar títulos com elementos controversos e/ou bizarros, como a divertida releitura do clássico Alice (lançado em 2000 e inspirado na obra de Lewis Carroll), McGee não poupou esforços para tornar Grimm em um game com uma abordagem pouco convencional, levando o jogador a assumir o papel de um sarcástico e incansável vilão que tem como objetivo abalar a tranqüilidade dos demais personagens que habitam os mais diversos contos de fadas.
Usando um humor ácido como elemento central da história, o primeiro episódio gira em torno da inocente dúvida de um menino que tem dificuldades para compreender o real significado da palavra “medo”. Ao consultar o seu pai sobre a questão, ele lhe sugere que, para ter uma noção exata desse sentimento, será preciso deixar o pacato vilarejo em que vive para conhecer algumas das mazelas do mundo.
Motivado pela curiosidade, o menino aceita o conselho do pai e deixa a cidade, passando por bizarras experiências que incluem uma falsa acusação de roubo, o desafio de passar a noite em um castelo mal-assombrado e até a inusitada participação de um casamento. Porém, mesmo após passar por tudo isso, ele ainda não sabe o que é o verdadeiro medo. E é nesse momento que entra o jogador, assumindo o papel do vilão Grimm na tentativa de gerar o maior caos possível para demonstrar ao garoto o que pode ser realmente amedrontador.
Logo no início da aventura, é possível perceber o capricho que foi dado ao título. Bem-produzidas seqüências de animação contam a história com eficiência e pontuam o clima bizarro da história, prendendo a atenção em hilários esquetes inspirados nas peças de teatro feitos com bonecos de pano.
O uso do sofisticado mecanismo de Unreal Engine 3 para produzir os gráficos é outro ponto positivo, produzindo desde belos visuais, até assustadores e caóticos cenários que representam a destruição gerada por Grimm –incluindo a gradativa metamorfose entre ambos os estados.
Emprestando elementos do gênero plataforma, outro fator que não desaponta é a jogabilidade. Com uma ação que empresta a dinâmica do cultuado The Blob (releia a sua análise aqui), basicamente o jogador terá que causar um pandemônio por diversas áreas até que atinja o nível necessário de eficácia para destravar as áreas adjacentes protegidas por portões e barreiras. Isso sem deixar de combater os felizes habitantes que tentam consertar os danos.
Apesar de ser relativamente curto, com uma estimativa de 40 minutos de ação, o primeiro episódio serve como um excelente aperitivo para o que está por vir.
Compatível com Windows, para transferí-lo basta visitar esse endereço e clicar no link “Play Free Now”. Uma excelente pedida para os apreciadores de jogos que apresentam uma abordagem psicodélica e nada infantil aos contos de fadas.
Requisitos
Para rodá-lo satisfatoriamente, é aconselhável ter um processador de 3GHz, 1GB de memória RAM, placa de vídeo NVIDIA GeForce 7600 ou ATI Radeon x1300 equipado com 128MB de memória e 500MB de espaço livre no HD.