Assassin's Creed II: as divertidas aventuras na Renascença, finalmente para os PCs
Lançado em novembro passado para as plataformas Xbox 360 e PlayStation 3, Assassin’s Creed II trouxe poucas inovações em relação à fórmula que consagrou o seu antecessor. Mas nem era preciso investir em muitas novidades nessa área. Mesclando ação furtiva com momentos de franca tensão, o título, que deu o pontapé inicial na trilogia dedicada ao último descendente de uma família de lendários assassinos profissionais, trazia atrativos de sobra para entreter aos apreciadores dos jogos de ação em terceira pessoa – especialmente quando eram levados em consideração os combates de tons épicos, as sequências cinematográficas que caprichosamente ilustravam a história, o deslocamento acrobático pelos belos cenários e a trama instigante, que tinham doses maciças de ficção científica misturadas com fatos inspirados na história.
Mas a estreia promissora também foi marcada por algumas falhas. A constante repetição dos objetivos a serem cumpridos acabaram limitando a proposta de promover uma experiência totalmente inovadora em relação à maneira com que o jogador interagia com o ambiente. E mesmo empregando o conceito do livre-arbítrio, incentivando uma exploração dos arredores após concluir a aventura, o seu final acabou ocorrendo de forma repentina, deixando muitas pontas soltas que frustraram uma parcela dos fãs que esperavam por uma conclusão mais concreta da aventura.
Ciente disso, a Ubisoft fez algumas oportunas revisões na sua aguardada sequência, abordando uma trama que investia em um desenvolvimento mais aprofundado da história e dos seus personagens. O resultado? Nada mais do que uma aventura fascinante e envolvente. E que os jogadores da plataforma Windows finalmente poderão apreciar com o seu recente lançamento para os PCs.
Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecê-la, a franquia trata basicamente da trajetória do protagonista Desmond Miles e o uso de um equipamento experimental conhecido como Animus. Capaz de transportar os corajosos voluntários para uma jornada rumo ao passado, a máquina reproduz um universo virtual em que é possível interagir com os acontecimentos da época na pele dos seus próprios antepassados. E como Desmond entra nessa história? Na primeira edição, ele é convocado, à força, devido a sua memória genética associada a Altair ibn La-Ahad, um dos membros da Clã dos Assassinos que viveu durante a Terceira Cruzada e que deve obter o misterioso amuleto Piece of Eden. Uma tarefa nada fácil, especialmente devido à rivalidade com outro importante clã – a dos Templários.
A eletrizante jornada continua nessa segunda edição, situada três séculos após a conclusão da aventura anterior. Mantendo o foco nos ancestrais de Desmond, o personagem controlado dessa vez é o jovem Ezio Auditore, membro da nobreza italiana que viveu durante o período da Renascença. Após testemunhar a traição sofrida pela sua família, Ezio não poupará esforços para se vingar da humilhação, desenvolvendo habilidades para frequentar a alta sociedade de Florença, se infiltrar em ordens secretas, lidar com os mercenários e políticos corruptos que influenciam os rumos da nação e outras tantas figuras que marcaram a época. Sem deixar de atentar as três diretrizes do Clã dos Assassinos, que consiste em nunca ferir um inocente, manter a sociedade fora dos holofotes e jamais colocar em risco a integridade dos demais membros.
O livre-arbítrio continua sendo um elemento-chave da jogabilidade, mas algumas interessantes novidades foram incorporadas. O Animus está na sua segunda geração, incorporando atrativos como um banco de dados que oferece informações extras sobre a história dos locais frequentados, seus personagens e os serviços que estão à disposição. A população também está mais dinâmica, e se misturar na multidão se tornou bem mais intuitivo – o que é bem-vindo, especialmente devido à natureza do jogo em que interagir com os personagens representa um papel fundamental por trazer desde recompensas, até a completa mudança dos acontecimentos.
A amizade que pode ser cultivada com Leonardo da Vinci é outro grande destaque. Com o seu auxílio, é possível decodificar mensagens cifradas, testar novos aparatos e até sobrevoar a região usando um interessante protótipo. O novo sistema financeiro também chama a atenção, podendo conceder ao jogador regalias como armamentos mais sofisticados, itens de cura e até o tingimento das vestimentas para uma melhor camuflagem.
Contudo, nem todos os aspectos são positivos. Como o título parte do princípio de que o jogador está habituado com a mecânica do antecessor, não são fornecidos muitos detalhes sobre como interpretar o universo, podendo deixar os novatos inicialmente perdidos. O sistema de proteção contra cópias, que requer uma conexão constante à internet durante as partidas, também representa um empecilho.
Mesmo assim, Assassin’s Creed II certamente irá agradar aos fãs da série pela sua história mais aprimorada, pelos oportunos aperfeiçoamentos visuais que recriam a bela Itália durante a Renascença, e pela jogabilidade ainda mais diversificada.
A edição para os PCs, que está sendo distribuída no país pela Synergex, também traz duas sequências adicionais (Battle of Forli e Bonfire of the Vanities), além de alguns itens-bônus e acréscimos que ficaram de fora da versão para os consoles.
Confira todos os detalhes no site oficial.