Batman Arkham Asylum
Apesar da crença de que a maioria dos jogos inspirados nas aventuras de super-heróis raramente conseguem superar as elevadas expectativas dos fãs, volta e meia surge uma notável exceção para surpreender até o mais cético dos aficionados. Aguardado com grande entusiasmo desde que os primeiros detalhes começaram a ser divulgados, a recém-lançada versão de demonstração de Batman: Arkham Asylum traz uma aventura à altura das histórias protagonizadas pelo Cavaleiro das Trevas, balanceando momentos eletrizantes com generosos trechos carregados de suspense.
Contudo, o título, que comemora os setenta anos da estreia do Homem Morcego nos quadrinhos, oferece bem mais do que isso.
Com uma trama envolvente assinada por Paul Dini, autor renomado por seus roteiros inspirados no universo da DC Comics e que inclui a cultuada série Batman: A Série Animada, o primeiro impacto se deve à premissa interessante da sua história.
Após frustrar a tentativa do Coringa de fazer refém o prefeito de Gotham City, Batman captura o sorridente palhaço e o transporta pessoalmente para a prisão que dá nome ao título. Ao adentrar as instalações, ainda desconfiado da facilidade com que o vilão se rendera, o herói percebe que foi vítima de uma armadilha ao presenciar o início de um motim liderado pelo Coringa. E que foi auxiliado pela Arlequina.
As consequências do diabólico plano não poderiam ser mais desastrosas. Além de aprisionar Batman e o Comissário Gordon, os funcionários do local passaram a ser alvos das atrocidades praticadas pelos demais prisioneiros. Para complicar ainda mais a situação, vilões clássicos como Charada, Pinguim, Hera Venenosa e Espantalho, entre outros, estão reunidos no mesmo local, e o Coringa ameaça detonar as inúmeras bombas que foram espalhadas pela cidade caso alguém tente invadir Arkham.
Diante deste cenário complicado, somente resta uma esperança: o jogador assumir as funções de Batman e colocar em prática todas as suas habilidades, na tentativa de conseguir reverter a situação. O que não será nada fácil, pois, aparentemente, as aspirações do Coringa acabam se revelando bem mais ambiciosas do que promover uma mera rebelião.
A jogabilidade está balanceada entre duas abordagens. A primeira se concentra nos confrontos diretos, e introduz um interessante sistema de combate responsável por conceder melhorias dependendo da combinação de golpes desferidos em um único ataque.
Batizado de FreeFlow, e usando manobras como murros, pontapés, contra-ataques e a utilização da capa para perturbar os oponentes, pontos de experiência serão progressivamente acumulados de acordo com a estratégia adotada, podendo ser posteriormente trocados para aperfeiçoar o nível de energia, destravar novos golpes e até melhorar os diversos apetrechos que equipam o prático cinto de utilidades – elementos que são cruciais para ter condições de combater alguns dos vilões mais exigentes.
A segunda abordagem é a ação furtiva misturada com a cuidadosa observação do ambiente. Muitas vezes, ao se aproximar de uma área, é possível esbarrar com situações arriscadas, como a presença de um elevado número de inimigos fortemente armados ou bandidos que não pensarão duas vezes antes de exterminar um inocente refém. Irromper por essas regiões sem avaliar as graves consequências geralmente resultará em uma missão desastrosa e até suicida. O jogador, no entanto, tem a seu dispor um recurso valiosíssimo para planejar as suas investidas: a capacidade de aplicar a apurada habilidade investigativa de Batman.
Ao ser ativado, detalhes que poderiam passar desapercebidos se destacam, servindo para inúmeros propósitos. Antes de planejar um ataque sorrateiro, por exemplo, é possível observar a posição de todos os envolvidos na cena (mesmo que estejam por trás de paredes), avaliar os armamentos utilizados e até obter um relatório com as condições físicas e psicológicas dos adversários.
O mesmo recurso pode ser utilizado nas ocasiões em que é preciso se deslocar eficientemente pelos cenários com o auxílio do cabo de aço, coletar as pistas para encontrar o paradeiro de um determinado personagem e desvendar os instigantes enigmas propostos pelo Charada, entre outras tarefas igualmente empolgantes.
Visualmente, o título é deslumbrante. Os esforços para recriar as dependências de uma instituição que reúne as mentes mais doentias da cidade são notáveis, e a atmosfera pesada e quase sempre claustrofóbica contribui para elevar ao máximo os momentos de tensão.
Os efeitos visuais, que conferem um clima sombrio e brutalmente assustador, também não desapontam, assim como as sequências usadas para descrever os eventos da história, as excelentes dublagens e a aproximação dinâmica da câmera durante a realização de alguns dos golpes.
Marcado para ser lançado no final desse mês para os consoles Xbox 360 e PlayStation 3, uma versão gratuita de avaliação já está disponível nas suas respectivas redes de distribuição de conteúdo.
Para os PCs, o jogo está previsto para chegar na segunda quinzena de setembro, mas a demo já pode ser obtido nesse endereço «arkham.notlong.com». Vale a pena experimentá-lo, apesar dos pesadíssimos 2GB do arquivo de instalação.