Bayonetta: a bruxa está solta... e furiosa!

Bayonetta: a bruxa está solta... e furiosa!

Ao contrário dos anos anteriores, em que as primeiras semanas de janeiro geralmente traziam poucas novidades em matéria de grandes lançamentos em games, 2010 iniciou com a corda toda. Prometendo uma oferta generosa de títulos de peso, o primeiro a inaugurar essa nova leva, e que finalmente chega ao ocidente após uma bem-sucedida estreia no Japão em outubro passado, é o ansiosamente aguardado Bayonetta, projeto ambicioso idealizado por Hideki Kamiya e que tem como principais atrativos a ação intensa, a facilidade de assimilar as manobras usadas para desferir golpes cada vez mais complexos e as exageradas consequências das lutas entre os chefões de fase, entre outras qualidades projetadas para agradar em cheio aos apreciadores de aventuras frenéticas e desafiadoras.

Emprestando elementos temáticos que marcaram alguns dos seus trabalhos mais expressivos, e que incluem títulos consagrados como Resident Evil e Devil May Cry, Kamiya mais uma vez não poupou esforços para transportar o jogador para o centro de uma batalha épica envolvendo as forças das trevas e os seguidores dos poderes divinos. E mesmo que o tema possa parecer batido, algumas novidades revigorantes, como a introdução da carismática e sexy feiticeira que dá nome ao título, em conjunto como as suas habilidades como o uso simultâneo de quatro pistolas (entre outros armamentos), e a execução de ataques mágicos devastadores usando a sua vasta cabeleira, são alguns dos trunfos do game. Mas que não são os únicos.

Passada em uma cidade fictícia da Europa, a história tem como ponto de partida o despertar da protagonista após um sono que perdurou por quinhentos anos. Encontrando-se em um ambiente hostil e desconhecido, e sem saber quem ela é e o que a fez ficar por tanto tempo desacordada, Bayonetta começa a recobrar a memória através de flashbacks que detalham o conflito entre as Bruxas de Umbra, dedicadas ao uso do poder das trevas, e os membros da Lumen Sages, guerreiros combatentes do ocultismo. Circunstâncias misteriosas, ocorridas há cinco séculos, no entanto, acabaram resultando no desaparecimento de ambas as facções. E, ao que tudo indica, a protagonista é a última sobrevivente.

Decidida a desvendar o seu passado, Bayonetta não estará sozinha. Diversos personagens cruzarão o seu caminho, como Luka, com quem terá um interesse romântico, Jeanne, que representa a sua rival, Enzo, um informante sempre em meio a confusões, e Rodin, um comerciante de armas, entre outros. Concluir a longa jornada, por outro lado, está longe de ser considerada uma tarefa fácil, especialmente por ter que transitar por realidades paralelas como o inferno, o purgatório e o paraíso.

Porém, a partir de certo momento, o enredo se torna um tanto confuso, constantemente abordando novos e intrincados elementos. E embora essa abordagem hermética pudesse resultar na diminuição do interesse pelo título, ela tem um ponto positivo, pois acaba levando o jogador a se concentrar em um aspecto bem mais interessante: o seu empolgante e variado sistema de combate.

Bastante similar ao esquema empregado em Devil May Cry, basicamente são usados dois botões: um para os embates corpo a corpo, e o outro para os ataques à distância (nos níveis mais fáceis, ambos os comandos podem ser unidos em um só botão). Essa aparente simplicidade, no entanto, esconde um sofisticado sistema de combos, em que o pressionamento de sequências específicas de golpes rendem ataques cada vez mais brutais e cruéis. Principalmente quando são utilizados os diversos tipos de armamentos que podem ser coletados pelo caminho.

Mas isso não é tudo. Outro grande destaque é o recurso Witch Time. Ativado logo após o jogador conseguir se desvencilhar de um ataque em cima da hora, ele permite ao jogador planejar contra-ataques ainda mais intensos, suspendendo momentaneamente as ações do adversário. O que é ótimo para derrotar até os mais rigorosos vilões de fase.

Com uma ação de tirar o fôlego, uma protagonista que esbanja estilo e personalidade, visuais competentes e um sistema de combate desafiador, Bayonetta é uma das gratas surpresas para o início desse ano.

Disponível para as plataformas Xbox 360 e PlayStation 3, outros detalhes podem ser obtidos no site oficial. Uma versão gratuita de avaliação também está disponível, e pode ser obtida nas redes de distribuição dos seus respectivos consoles. Não perca!