Bionic Commando: uma continuação à altura de um clássico

Bionic Commando: uma continuação à altura de um clássico

Após preparar o terreno com Bionic Commando: Rearmed, jogo de plataforma lançado no final do ano passado para os consoles da atual geração e que se destacou por ser um excelente remake do clássico de 1988 produzido para o Nintendo Entertainment System, a Capcom aposta mais uma vez na consagrada franquia protagonizada por um herói equipado com um braço biônico.

Contudo, ao invés de prestar uma homenagem ao passado, reaproveitando as missões das edições lançadas há mais de duas décadas, dessa vez o título não poupou esforços para atualizar a série, realizando a oportuna transição para o universo tridimensional, ao mesmo tempo em que mantém algumas das características mais marcantes presentes no original. Incluindo o retorno de alguns personagens célebres.

Batizado apenas de Bionic Commando, e convidando o jogador a assumir novamente o papel do bravo soldado Nathan “Rad” Spencer, desde o início será preciso lidar com uma corrente ininterrupta de exigentes desafios. A começar pela história, marcada por traições e reviravoltas.

Tendo como ponto de partida os eventos que ocorreram dez anos após o término de Rearmed, Nathan acaba sendo acusado injustamente por uma desastrosa missão no Alasca, enfrentando consequências como a proibição geral do uso dos braços mecânicos e a sua implacável condenação à pena de morte por crimes não cometidos.

Quando tudo parecia estar perdido, algo muda radicalmente o rumo dos acontecimentos. Uma arma experimental é detonada em Ascension City, provocando um intenso terremoto seguida por uma onda radioativa que destrói a cidade. O atentado, que dizimou a população local e que cuja autoria foi atribuída ao grupo BioReign, leva Super Joe, protagonista da primeira edição, a convocar Nathan para empregar as suas conhecidas habilidades na tentativa de impedir que os terroristas consigam obter outras armas de destruição em massa. Nathan recusa a tarefa, acusando Joe de ser o responsável por estar na prisão, mas acaba cedendo diante da chantagem de que, caso assuma a missão, receberá informações valiosas sobre o paradeiro da sua esposa desaparecida. Sem contar com a chance de reconquistar a sua reputação junto aos membros da organização e a notória vantagem de usar novamente o braço biônico. Mas nada é tão simples como parece.

Com uma ação em terceira pessoa de tirar o fôlego, o desafio inicial consiste em dominar as características proporcionadas pelo versátil equipamento. Dotado de uma garra retrátil, ele pode ser empregado para desempenhar as mais diversas funções, como se deslocar horizontalmente e verticalmente pelos cenários. Para isso, basta apontar a mira para uma determinada região do cenário (se for possível fincar a garra, o alvo se tornará azul) e disparar, balançando o personagem até alcançar o local desejado. Distâncias maiores poderão exigir que esse mesmo procedimento seja feito consecutivamente, sempre observando que, por ter apenas um braço biônico, será preciso soltar a garra antes de “fisgar” o próximo alvo, tornando-se um excelente teste de sincronia ao colocar à prova a rapidez e o senso de oportunidade do jogador.

O braço também pode ser de grande auxílio quando houver pouca munição, agarrando um inimigo e trazendo-o para perto para receber um golpe fatal. Sem contar com a possibilidade de capturar os itens que estão fora de alcance, derrubar vários oponentes de uma só vez ao lançar objetos pesados contra os mesmos e até resultar na destruição de áreas específicas dos cenários. Porém, nem tudo será dado de bandeja: por ter ficado um longo período sem o braço, o herói não poderá usufruir de todas as suas capacidades desde o início, tendo que reativar a sua memória através de oportunos flashbacks.

Em relação à produção em geral, o título não deixa nada a desejar quando comparado com os demais games dessa geração. Os cenários, que são gigantescos e bem construídos, foram meticulosamente projetados para extrair ao máximo as possibilidades de deslocamento proporcionadas pelo braço mecânico. A reprodução da cidade fictícia de Ascension é outro fator que merece destaque, fazendo um competente trabalho ao representar os seus escombros e que ajudam a dar a impressão exata do seu estado caótico. E embora as missões sejam praticamente lineares, não são raras as vezes em que é possível seguir por rotas alternativas, trazendo uma atração adicional para os jogadores que fazem questão de capturar todos os itens colecionáveis e conhecer as referências que relembram alguns dos títulos memoráveis criados nas últimas décadas pela produtora japonesa.

Por deixar de ser um mero tributo à nostalgia, Bionic Commando não desaponta ao tentar modernizar a história do soldado biônico. Versões de demonstração para o Xbox 360 e o PlayStation 3 podem ser obtidas gratuitamente nas suas respectivas redes de distribuição de conteúdo, e uma versão para os PCs está planejada para ser lançada no próximo mês.

Outros detalhes, assim como a história em quadrinhos que tenta esclarecer os acontecimentos que resultaram na drástica situação do herói, podem ser obtidos no site oficial. Confira!