Braid: Um quebra-cabeças genial

Braid: Um quebra-cabeças genial

Todos que acompanham de perto o cenário independente de games certamente já ouviram falar no jogo Braid. Desenvolvido por Jonathan Blow, e prometendo revolucionar a dinâmica dos games de plataforma ao permitir que a linha do tempo seja livremente manipulada, o título não apenas ganhou notoriedade na sua fase inicial de testes, conquistando prêmios como o de inovação em design pela IGF (em 2006), como gerou uma enorme espectativa entre os apreciadores do gênero que ficaram ansiosos para testá-lo durante o prolongado período de desenvolvimento.

Com o seu lançamento oficial, realizado na semana passada para o Xbox 360, a angustiante espera finalmente terminou. E é possível constatar o porquê da demora: o jogo é simplesmente fantástico.

Usando como enredo a envolvente história de um rapaz que precisa corrigir os erros do passado para reconquistar a sua princesa, o que mais chama a atenção são os criativos enigmas e a maneira nada convencional para solucioná-los.

Emprestando elementos consagrados dos jogos de plataforma, exigindo a captura de diversas peças de um quebra-cabeças que representa a memória do personagem, o título incentiva constantemente a prática do pensamento “fora da caixa”, introduzindo a capacidade de retroceder as ações por um ilimitado período de tempo.

Ao cometer um erro ou cair em uma armadilha, por exemplo, basta retroceder até poucos momentos antes da falha (mantendo pressionado o botão “X”) para tentar novamente, dispensando completamente o conceito de vidas ou checkpoints.

Mas esse valioso recurso está longe de servir apenas para corrigir os deslizes cometidos durante o percurso. Desempenhando um papel fundamental para resolver a maioria dos enigmas, é preciso explorar todas as suas capacidades na tentativa de adequá-las aos requisitos das fases. O que não faltam são abordagens diferentes. Nos primeiros estágios, a manipulação serve basicamente para sincronizar as ações com os demais seres para conseguir alcançar as peças que estão fora de alcance.

Mais adiante, o conceito é elevado para um novo patamar, fazendo com que os movimentos do personagem sirvam para reger o andamento do tempo, influenciando toda a ação a sua volta. Complicado? Às vezes, sim, mas incrivelmente recompensador, pois nenhuma solução é empregada mais de uma vez, levando o jogador a ter que bolar estratégias eficazes para conseguir superar os obstáculos –incluindo a singela, mas importante tarefa de montar um quebra-cabeças que é uma peça-chave para solucionar um dos mundos.

Em relação ao visual, Braid não desaponta. Prestando um tributo à época de ouro dos games de plataforma ao utilizar gráficos bidimensionais, todos os cenários parecem pinturas vivas. Efeitos especiais também contribuem para maximizar a experiência, principalmente nos momentos em que se volta no tempo e o papel de fundo, juntamente com a excelente trilha sonora, são executados de trás-para-frente.

Uma versão para Windows está planejada, e deve ser lançada ainda este ano. Enquanto isso, quem tiver um Xbox 360 pode testar gratuitamente a versão de avaliação ao visitar o Marketplace. Com 144MB e incluindo na íntegra o World 2 e algumas salas dos demais mundos, Braid é um genial passatempo para os apreciadores do gênero.

Conheça mais visitando o site oficial.