Civilization V: um império em suas mãos

Civilization V: um império em suas mãos

Para os apreciadores dos jogos de estratégia desenvolvidos em turnos, especialmente entre aqueles que são aficionados pelos perfis de personalidades históricas, a série Civilization dispensa maiores apresentações. Trazendo a oportunidade de assumir uma civilização ainda nos seus primórdios, e conduzi-la até um futuro próximo na tentativa de torná-la próspera e soberana, a franquia, idealizada por Sid Meier, sempre teve como maior êxito aliar um entretenimento de inegável qualidade com a irresistível possibilidade de “brincar” com os rumos das nações – e sem se tornar monótono ou cair na perigosa armadilha de parecer uma aula de história travestida em game.

E no recém-lançado Civilization V, essas características não apenas foram reforçadas, dando uma ênfase mais aprofundada nas estratégias que podem ser adotadas, como trouxe mudanças estruturais significativas quando comparado com a edição anterior.

Aos que ainda não conhecem a série, a sua abordagem é ligeiramente diferente da tradicional modalidade de campanha da maioria dos jogos do gênero. Para se tornar um grande líder, além de blindar a sua nação das constantes ameaças promovidas pelos demais líderes (que podem ser controlados pelo computador ou por outros jogadores em rede), o vencedor da partida será aquele que conseguir cumprir um dos vários objetivos propostos. E que não necessariamente estão relacionados ao poderio militar e a conquista forçada das outras nações.

Por exemplo, é possível obter êxito ao conduzir pesquisas tecnológicas (a ponto de, por exemplo, vencer a acirrada corrida espacial), demonstrar uma exímia habilidade diplomática (obtendo o apoio das outras nações na ONU) e gerar um desenvolvimento econômico e político exemplar, entre outros compromissos igualmente atraentes por promoverem a pluralidade de táticas e estratégias.

Ao iniciar uma partida, é possível eleger uma das 18 civilizações que estão disponíveis (esse número será gradativamente expandido com o uso de pacotes adicionais distribuídos digitalmente). A escolha, no entanto, não deve ser feita sem critério. Como cada nação é representada por um líder específico, e que possui habilidades únicas de acordo com a sua lendária influência no cenário mundial, assumir a Índia, por exemplo, e se dedicar unicamente à guerra, pode tornar a experiência ainda mais complicada devido ao perfil pacifista de Gandhi.

Tentar fazer a Rússia vencer a corrida espacial também pode ser atraente para observar as suas consequências no restante do mundo, mas, como o investimento em pesquisas consome muitos recursos, a ponto de deixar o seu vasto território desprovido de unidades militares, o jogador poderá encontrar dificuldades por ser alvo de constantes invasões.

E essa é uma das graças do game: as possibilidades são muitas e, apesar das adversidades, nada o impede de trilhar o seu próprio caminho.

Em relação ao sistema de combates, há muitas novidades. O fracionamento das regiões, por exemplo, agora assume um formato hexagonal, abandonando a tradicional divisão por quadrados. A possibilidade de concentrar unidades militares em uma mesma área foi abandonada, incentivando a criação de estratégias mais eficientes ao ter que espalhá-las conscientemente pelo mapa. As cidades, um dos elementos mais importantes do game, também apresentam o novo recurso de atacarem automaticamente as ameaças que estiverem próximas, além da possibilidade do jogador de criar alianças ou negociar recursos com as cidades neutras controladas pelo computador.

Contudo, nem tudo depende do confronto direto. Saber lidar com as sutilezas da diplomacia, e evitar cair nas armadilhas dos demais líderes, é igualmente crucial para garantir a supremacia da sua nação. Por exemplo, para acelerar nas pesquisas tecnológicas, é possível formar uma parceria com uma nação supostamente amiga, investindo um bocado de recursos na empreitada. Mas e se essa pretensa amizade for apenas uma fachada para enfraquecê-lo financeiramente, atacando o seu território quando você estiver desprovido de recursos para gerar novas unidades militares? É preciso ficar atento, especialmente quando a oferta parecer demasiadamente boa.

Visualmente, Civilization V é um espetáculo à parte. Todas as etapas, que compreendem um período de seis milênios, foram criadas com esmero, e o nível de detalhes impressiona, retratando um mundo crível em que é possível testemunhar a vida animal, a rotina dos humanos e todos os elementos da natureza. Essa exuberância, em contrapartida, tem um custo: a necessidade de ter um equipamento de ponta para usufruir a experiência integralmente.

Atualmente suportando a plataforma Windows (está prevista uma versão para Mac OS X), para rodá-lo, será preciso de, no mínimo, um processador Intel Core 2 Duo de 1.8GHz ou equivalente, 2GB de memória RAM, uma placa de vídeo com 256MB de memória e equipada com o chip ATI HD2600 XT ou nVidia 7900 GS (ou superior) e 8GB de espaço livre no HD.

Uma versão gratuita de avaliação já está disponível na Steam, e detalhes adicionais podem ser obtidos no site oficial. Não perca!