FIFA Soccer 11: jogando nas onze

Para marcar o lançamento de mais uma edição anual da sua prestigiada série de simulação futebolística, a Electronic Arts reservou algumas boas surpresas para agradar a fiel legião de fãs da franquia FIFA. Praticamente suportando todas as plataformas da atualidade, cada uma com características ligeiramente diferentes entre si (mas igualmente capazes de proporcionar uma experiência autêntica e realística do que acontece nos gramados), FIFA Soccer 11 tem como maior destaque os esforços que foram investidos para atender às inúmeras reivindicações feitas pelos entusiastas do esporte bretão ao longo das últimas edições. E que não foram poucas.

Dedicando-se ao aperfeiçoamento de alguns aspectos que podem ter sido negligenciados no passado, uma das mais interessantes novidades é a possibilidade de, finalmente, assumir uma das funções mais arriscadas dentro de campo: a de goleiro. Considerada a última fronteira que pode separar uma gloriosa vitória de uma amarga derrota, o bravo e destemido candidato que almejar se tornar a mais nova lenda da defesa na pequena área encontrará a possibilidade de se especializar na nobre posição desempenhando a nova modalidade de carreira batizada de Be a Goalkeeper (que, inexplicavelmente, não foi incluída na edição para os PCs).

Porém, por mais atraente que seja assumir essa função, ela deve ser encarada com a mesma seriedade das demais posições. Levar um frango e colocar tudo a perder é bem mais fácil do que parece e, para alcançar o estrelato, evitando ser esculhambado pelos companheiros de equipe pela suposta responsabilidade de uma derrota, será preciso dedicação para desenvolver reflexos apurados e a capacidade de antecipar as traiçoeiras jogadas feitas pelos adversários, entre outros desafios inerentes à posição.

Isso não é tudo. Reforçando o slogan “We Are 11”, a conhecida modalidade em que dois times, formados por até dez jogadores de cada lado, se confrontavam em emocionantes partidas em rede, e que deixava as funções dos goleiros para a inteligência artificial do jogo, agora se chama “11 vs. 11”. E quem seria o décimo-primeiro participante? Ninguém menos o corajoso voluntário capaz de assumir a responsabilidade de se tornar o goleiro da equipe. Contudo, quem ainda quiser optar por manter o antigo esquema, perceberá algumas melhorias significativas na movimentação dos goleiros controlados pelo game, como uma agilidade aprimorada e o melhor posicionamento em campo para interceptar as bolas.

Outra antiga queixa que ficou para trás era a notável diferença entre as edições para o PC e os consoles Xbox 360 e PlayStation 3. Apresentando gráficos mais simples, e possibilidades limitadas quanto à liberdade para os dribles e o confronto físico entre os atletas, os usuários dos PCs não mais precisam se sentir tão menosprezados. A EA levou dois anos para otimizar o mecanismo presente nos consoles para poder incorporá-lo nos computadores – e sem exigir um sistema demasiadamente parrudo. O esforço, claro, valeu a pena, trazendo, entre outras melhorias, visuais atualizados para os padrões atuais e a capacidade de realizar passes precisos em 360 graus.

No entanto, ainda há diferenças entre os sistemas. O novo esquema de passes, que usa o D-Pad presente nos gamepads, permite criar jogadas ainda mais precisas e elaboradas. O mais interessante é que, para o sucesso da jogada, não basta apenas contar com a habilidade do jogador – as características do atleta controlado também contribuem para a precisão e a rapidez do passe, além da mira e a desenvoltura para dar um toque de primeira.

O modo de carreira também passou por algumas mudanças, mesclando, em uma mesma modalidade, a possibilidade de participar da evolução de um atleta, se tornar um dirigente ou desempenhar as duas funções simultaneamente (controlando um jogador-cartola). Aspectos diversos, como o gerenciamento das finanças do clube e as taxas cobradas envolvendo os passes dos jogadores, igualmente sofreram reajustes, e o dirigente, para manter-se no cargo, precisará cumprir uma série de metas e demonstrar vocação para não ser deposto pelo rigoroso conselho. Divertidíssimo!

Apesar dos esforços para proporcionar a mais completa experiência dentro das quatro linhas, alguns aspectos ainda deixam a desejar para os jogadores brasileiros. Mesmo tendo a Série A do Campeonato Brasileiro, com os gritos e hinos das torcidas para incendiar ainda mais as partidas, a falta de uma narração em português continua fazendo falta. A Seleção Brasileira também deixou de ser oficialmente representada, dando espaço para uma seleção genérica que não reflete a escalação atual de Mano Menezes. Essa falha, por outro lado, pode ser remediada, editando manualmente os jogadores no FIFA World (PC) ou no Creation Center (Xbox 360 e PlayStation 3).

Seja por trazer a inédita responsabilidade de controlar os goleiros na série, ou incorporar melhorias sem modificar radicalmente a sólida jogabilidade que foi consolidada pelas mais recentes edições, a EA mais uma vez prova que sabe fazer um simulador de futebol para craque virtual nenhum botar defeito.

Confira-o transferindo a versão gratuita de avaliação que já está disponível para o PC, Xbox 360 e PlayStation 3. As plataformas PlayStation 2, Nintendo Wii, Nintendo DS, PSP e os dispositivos compatíveis com o iOS também contam com edições próprias.

Outros detalhes, como as principais diferenças entre os sistemas, podem ser obtidos no site oficial.