Freekscape Escape from Hell: divertido game brasileiro desafia o jogador a escapar do inferno

Freekscape Escape from Hell: divertido game brasileiro desafia o jogador a escapar do inferno

Proprietários do portátil PSP e do console PlayStation 3 certamente já ouviram falar nos Minis. Modalidade especializada em títulos direcionados para uma audiência mais casual, eles são distribuídos de forma exclusivamente digital a preços camaradas, trazendo para ambas as plataformas adaptações de grandes clássicos dos arcades, conversões de jogos que fizeram uma carreira brilhante nos dispositivos móveis, e até produções totalmente exclusivas. E mesmo que o acervo ainda seja tímido quando comparado com iniciativas similares para as outras plataformas, não são raras as vezes em que um título consegue se revelar como uma preciosa jóia em matéria de criatividade e puro capricho.

E o divertidíssimo Freekscape: Escape from Hell, desenvolvido pela produtora brasileira Kidguru, é o mais recente exemplo disso. Demonstrando que tamanho não é documento (o jogo possui aproximadamente 100MB), e misturando a resolução de engenhosos quebra-cabeças com a tradicional abordagem dos jogos de plataforma, o título chama a atenção não só pelos seus belos cenários e pela jogabilidade fluída, como surpreende pela mecânica singular utilizada para superar os obstáculos. E, claro, pela sua irresistível narrativa, repleta de hilariantes referências da cultura pop.

A jornada tem como ponto de partida a introdução do simpático e inofensivo diabinho Freek. Incapaz de desenvolver a sua veia sádica, requisito mínimo para obter algum prestígio no Inferno, o protagonista leva uma vida carregada de angústias, tendo que se dedicar na maçante tarefa de fazer a faxina do palácio de Lúcifer. Farto dessa rotina sem perspectivas, e movido pela insaciável curiosidade, ele aproveita um momento de descuido do tinhoso e furta a chave capaz de abrir a cobiçada sala que guarda os mais preciosos tesouros do inferno.

Examinando os valiosos itens presentes no seu interior, Freek acaba percebendo que tirou a sorte grande. O Tridente Sagrado, cuja existência sempre foi o assunto da vez entre os habitantes do local, está ao alcance das suas mãos. Vislumbrando a oportunidade de finalmente se livrar das agruras do Inferno, o herói não titubeia, capturando o estimado objeto com a decisão de usar os seus notórios poderes para se mudar para o Paraíso.

O que ele ainda não sabia é que, para concluir a sua ousada tarefa, enfrentar as sinistras criaturas dedicadas a impedir o seu avanço, e encontrar os meios mais eficazes para superar os tortuosos caminhos em busca da liberdade, representariam apenas uma parte do desafio. O pobre Freek não possui nenhuma espécie de habilidade especial, podendo apenas caminhar e dar saltos sem muito impulso. Mas o que falta em destreza, sobra em criatividade, que ele empregará sem pudores para encontrar as soluções capazes de superar todas as intricadas estruturas suspensas e as suas abundantes armadilhas.

Logo no início da aventura, o herói percebe que pode utilizar as diversas criaturas presentes em cena a seu favor. Precisa saltar por duas plataformas distantes? Por que não despertar a fúria de um Head Cracker para receber uma poderosa cabeçada capaz de lançá-lo para longe? Encontrou um imenso portal de pedra que impede a sua travessia? Capture a mesma criatura com o tridente e use a sua cabeça dura para transforar a barreira em pó.

E quando for preciso atingir as regiões mais elevadas? Saltar sobre os curiosos Oingo Boingos pode ser a solução, e capturando-os com o tridente, é possível até transformá-los em práticos pula-pulas. As possibilidades que podem ser exploradas são inúmeras, o que é reforçado pelo variado elenco de criaturas que permitem até desempenhar tarefas um tanto incomuns, como distribuir abraços.

Apesar de manter a apreciada jogabilidade em 2D, todos os cenários são tridimensionais. Mas essa escolha não é meramente estética. Muitas vezes, para encontrar alternativas seguras para problemas relacionados ao deslocamento, será preciso analisar detalhadamente as condições à sua volta, usando as setas direcionais para alterar a perspectiva em relação ao personagem. Uma sacada de mestre!

Ao todo, foram incluídos 15 estágios, mais isso não quer dizer que a jornada será curta como os demais jogos que integram a categoria Minis. Com um nível de dificuldade acima da média, o desafio de coletar todos os itens que foram estrategicamente espalhados pelos arriscados cenários (e que incluem pimentas e outros elementos capazes de destravar portais quando combinados), e o constante desejo de superar recordes ao completar as fases no menor tempo possível, acabam proporcionando um elevado fator de replay – elemento de suma importância, especialmente na edição para o portátil.

Inegavelmente divertido, trazendo uma proposta diferente e apresentando uma produção de inquestionável qualidade, Freekscape faz bonito e demonstra o potencial criativo da produção brasileira no desenvolvimento de jogos. Custando a bagatela de 5 dólares, detalhes sobre o título podem ser conferidos nesse link. Não deixe de conhecê-lo.