GameSalad: como criar jogos para o iOS sem maiores complicações
Capazes de rodar aplicativos sofisticados e games que nada deixam a desejar quando comparados com os consoles portáteis da atual geração, os dispositivos compatíveis com o sistema iOS (iPhone, iPod Touch e iPad) têm despertado um especial interesse não só das grandes produtoras de software, como da extensa comunidade de desenvolvedores independentes.
As causas desse entusiasmo não são difíceis de compreender. Além da possibilidade de abocanhar parte desse lucrativo mercado, que remunera em setenta porcento cada uma das vendas realizadas na App Store (loja virtual mantida pela Apple), como o canal de distribuição está praticamente aberto para todos que desejam se aventurar nessa empreitada (e estão dispostos a desembolsar a taxa anual de 99 dólares para participarem do programa), sobram poucos motivos para não aderir à popular plataforma e expôr os seus produtos para uma vasta audiência.
Contudo, fazer a transição, ou começar a partir do zero, nem sempre é uma tarefa que pode ser considerada fácil. Apesar da Apple fornecer, gratuitamente, todas as ferramentas necessárias para criar aplicativos compatíveis com o iOS, mesmo os que possuem uma sólida experiência no desenvolvimento para as demais plataformas, poderão encontrar certas dificuldades durante os seus primeiros passos.
Em especial, devido à necessidade de conhecer o Objective-C (linguagem de programação nativa para a plataforma Mac) e os objetos que compõem o Cocoa Touch, framework responsável pela aparência e funcionalidade da interface gráfica presente em todos os três dispositivos. Nada que seja impossível de alcançar com dedicação e afinco, principalmente devido à abundante quantidade de informações sobre o assunto disponível na rede.
A boa notícia é que, para quem ainda não decidiu se irá abraçar a plataforma, ou sequer possui alguma experiência prévia em programação, já pode tentar criar games casuais em 2D para o iOS. E sem precisar escrever uma linha de código sequer. Isso mesmo! Com o auxílio da ferramenta GameSalad, produzida pela Gendai Games, desenvolver jogos como quebra-cabeças e passatempos educativos, entre outros gêneros, depende apenas da criatividade, de algumas ações de clique-e-arraste e da atribuição de propriedades, regras e comportamentos. Tudo em uma interface intuitiva e que nem exige a presença física dos dispositivos, permitindo que os protótipos sejam testados no prático simulador que acompanha a ferramenta.
O conceito é interessante. Todos os elementos que correspondem os itens que fazem parte do jogo são considerados “atores”. Estes podem representar as imagens que compõem os cenários, os personagens controlados pelo jogador, os inimigos, os muros que limitam a movimentação de todos os envolvidos na cena, os itens colecionáveis, a música de fundo, os efeitos sonoros e todos os demais objetos requeridos para a mecânica do jogo. Cada um deles sendo devidamente configurados em um painel que atribui propriedades como a maneira como eles devem ser influenciados pelo mecanismo de simulação física incorporado pela ferramenta, o tipo de material que representam, as suas dimensões e outros tantos atributos que servem para descrevê-los na cena.
E como coordenar todos esses itens em um conjunto coeso de condições que correspondam aos objetivos propostos pelo jogo? Ou, mais especificamente, a lógica que rege o seu universo? Basicamente, usando dois elementos: as regras, que estabelecem como cada um dos “atores” devem reagir durante eventos específicos como colisões, o pressionamento na superfície do dispositivo, o uso do acelerômetro e outros métodos de interatividade; e os comportamentos, que manipulam aspectos como a direção a ser tomada, se o mesmo deve ser destruído, se haverá um acréscimo na contagem de pontos e etc.
Em um primeiro momento, isso tudo até pode até parecer complicado, mas criar uma produção de qualidade é mais fácil do que parece. Ao acompanhar os práticos tutoriais em vídeo disponíveis no site, ou analisando os vários modelos prontos que acompanham a ferramenta (sendo que alguns são clones de jogos bastante populares na App Store), é possível dominar os aspectos básicos em aproximadamente uma hora.
Além de criar jogos para o iPhone, iPod Touch e iPad, GameSalad também suporta que os projetos sejam exportados para rodar no browser (é preciso instalar o plugin correspondente) e para o Mac OS X. E, apesar de ser possível usá-lo gratuitamente, para publicar os jogos na App Store, além de assinar o previamente citado programa da Apple, será preciso obter a licença anual do software, no valor de 99 dólares.
Requisitando um Macintosh baseado na arquitetura Intel, e com o sistema Mac OS X 10.5 ou superior instalado, para obter outros detalhes, como o link para o download, os guias passo a passo e os novos protótipos que são acrescentados regularmente, visite o site oficial.