Gears of War 2

Durante o desenvolvimento de Gears of War 2, a Epic Games tinha um grande desafio pela frente. Conseguir criar um título que superasse a fama e a popularidade do seu antecessor, considerado um dos responsáveis pela recente inovação do gênero tiro-em-terceira-pessoa e que conquistou mais de trinta prêmios ao longo dos últimos dois anos, estava longe de ser uma tarefa fácil.

A saída para manter a atenção da gigantesca base de fãs sem deturpar a fórmula original, ao mesmo tempo em que atraía o interesse de novos jogadores, foi investir nos elementos que o consagraram, concedendo terrítórios mais vastos, batalhas épicas abrangendo inimigos infinitamente mais perigosos e embalando tudo em um enredo intenso que não deixa margens para desvirtuar a saga do agrupamento militar COG contra a raça alienígena Locust. Uma decisão mais do que acertada.

Com uma trama assinada por Joshua Ortega, escritor especializado em histórias de ficção científica, a jornada tem como ponto de partida os acontecimentos que se sucederam ao bombardeio em Timgad. Última missão que fechou a campanha do título original, e que tinha como objetivo dizimar a horda Locust com a destruição da sua rede de túneis subterrâneos, após um curto período de normalidade é revelado que nem tudo saiu conforme o planejado.

Com sinais de que a temerosa raça conseguiu sobreviver ao ataque, e detém uma tecnologia capaz de destruir cidades inteiras com notável rapidez, o jogador assumirá mais uma vez o papel do protagonista Marcus Fenix para combater a investida antes que tudo se transforme em ruínas. E apesar de estar acompanhado dos competentes soldados de seu pelotão, para vencer será preciso ousadia e coragem para se deslocar ao núcleo da ameaça para atacá-los no seu próprio território.

Incorporando elementos táticos à jogabilidade, dominar uma série de habilidades é o primeiro passo para ter alguma chance contra os adversários. Além de aperfeiçoar a mira a ponto de acertar os inimigos com exímia perfeição e conseguir se defender dos ataques aéreos com disparos com exatidão, será preciso desenvolver um excelente senso de observação para empregar os elementos presentes nos cenários a seu favor.

Isso envolve encontrar os melhores pontos para atacar e se proteger durante os embates mais exigentes, saber usar os objetos que estão estrategicamente espalhados pelos cenários e que causam uma grande explosão ao serem alvejados, agir cooperativamente com os seus companheiros de batalhão (sejam eles controlados pela CPU ou jogadores reais) e encontrar o melhor tipo de armamento para derrotar cada uma das ameaças.

Em relação aos armamentos, o que não faltam são opções. Incluindo todo o arsenal da edição anterior, o título ainda traz algumas novidades interessantes, como o lança-chamas Scorcher, que é ideal para afastar o ataque simultâneo de um grande número de inimigos. Quem quiser manter uma distância segura durante os ataques, usar a nova metralhadora Mulcher, que tem a capacidade de armazenar uma grande quantidade de munição e atravessar vários inimigos de uma só vez, pode ser a melhor opção.

As granadas também receberam um tratamento especial, podendo ser transformadas em oportunas armadilhas quando instaladas em paredes e objetos. Há ainda o escudo anti-bomba portátil, que proporciona uma proteção extra em locais desprotegidos ao custo da redução da velocidade de deslocamento do jogador, e o empolgante duelo de serras-elétricas quando for atacar de perto um oponente que também esteja equipado com o rifle Lancer.

Outro aspecto positivo quando comparado com a primeira edição é o aperfeiçoamento do mecanismo Unreal Engine 3. Mesmo em meio ao caos, os cenários são belos e ricamente detalhados, com efeitos de luz e sombra de tirar o fôlego. O sistema de simulação física também foi aperfeiçoado, tornando a jornada ainda mais interessante ao permitir que partes dos cenários sejam destruídos de maneira fidedigna de acordo com o seu material. E a capacidade de gerenciar um número bem superior de personagens ao mesmo tempo, sem afetar drasticamente a taxa de quadros por segundo, é outro fator que contribui para tornar os embates ainda mais exigentes.

O desafio, porém, não está restrito à campanha principal. As várias formas de partidas online são outra grande atração do título, prometendo repetir o sucesso que o anterior teve na rede Xbox Live. Nessa edição, além das modalidades já conhecidas, foram incorporadas três novas: Submission, em que é preciso capturar um determinado personagem e levá-lo até uma área do mapa (bizarramente usando-o como escudo humano); Wingman, em que até cinco duplas de jogadores competem entre si; e Guardian, em que o realmente conta é proteger o líder da equipe dos ataques. Há também a nova opção Horde, que pela abordagem é mais direcionada ao público casual e que consiste em combater os sucessivos ataques dos membros da Holocust para vencer.

Tendo como mérito a capacidade de superar o primeiro título sem deixar de lado as suas raízes, Gears os War 2 pode ser facilmente considerado um dos melhores jogos do gênero. Exclusivo para o Xbox 360, mais detalhes podem ser obtidos no site oficial.