God of War III: a derradeira vingança

God of War III: a derradeira vingança

A longa espera pelo capítulo que encerra a série protagonizada pelo carismático guerreiro Kratos pode ter sido angustiante, mas valeu a pena. Fechando com maestria a emocionante trilogia iniciada em 2005, e fazendo a sua merecida estreia no PlayStation 3, God of War III conseguiu superar todas as expectativas que rondaram o título durante os seus três anos de desenvolvimento.

A boa notícia é que o mérito não está apenas na conclusão da história que trata da vingança orquestrada pelo herói em resposta às constantes traições dos deuses do Olimpo. A sua primorosa execução, que usufrui com competência as capacidades proporcionadas pelo console da Sony, em conjunto com o refinamento da sua jogabilidade, que corrige pequenas falhas dos títulos anteriores, e a ousadia de introduzir algumas oportunas novidades, elevam a jornada para um patamar ainda mais emocionante. Um feito nada desprezível, especialmente quanto são levados em consideração os elevados padrões da série.

Quem ainda não teve a oportunidade de conhecer a fascinante epopeia de Kratos, uma introdução rápida pode ser necessária para esclarecer as principais causas que o levaram a não medir esforços para conduzir as suas vinganças até as últimas consequências. Usando como pano de fundo uma trama envolvente centrada nas ações dos mais emblemáticos personagens da mitologia grega, a primeira edição introduziu o jovem guerreiro espartano como um soldado promissor que não tem pudor em colocar em prática toda a sua brutalidade.

Durante um intenso conflito contra uma tribo de bárbaros, ele acaba levando a pior pela primeira vez. Desesperado, Kratos oferece a sua alma a Ares em troca da sua salvação, e passa a cumprir as ordens do deus da guerra. Essa aliança, no entanto, resulta em um preço elevado quando um plano maquiavélico, engendrado por Ares, acaba levando Kratos a promover a destruição da sua própria família. Revoltado com o desfecho inusitado, ele inicia uma desenfreada sede de vingança contra o seu mentor.

A sequência trouxe um desafio ainda mais exigente. Tornando-se o deus da guerra, Kratos desperta a fúria dos demais deuses ao usar os seus poderes em favor dos guerreiros de Esparta. Mesmo sendo aconselhado a deixar de interferir nos conflitos, Kratos categoricamente ignora o aviso, tendo que enfrentar, na batalha seguinte, a fúria do Colosso de Rodes, estátua que ganhou vida pela influência dos próprios deuses que estavam insatisfeitos com a sua conduta caótica. Nesse momento, Zeus, o seu pai, entra em cena, oferecendo um suposto auxílio ao conceder a espada do Olimpo. Mas o gesto esconde a sua real motivação: por promover o caos junto aos fiéis seguidores dos deuses gregos, o armamento drena os poderes de Kratos, a ponto de torná-lo vulnerável.

Ferido mortalmente, ele é curado pela titã Gaia, e volta jurando vingança a todos os deuses de Olimpo. Uma tarefa fácil? Que nada! Os desdobramentos nada previsíveis acabam contribuindo para tornar a jornada cada vez mais complicada, levando o capítulo a terminar em meio a um conflito de proporções inimagináveis.

A partir desse ponto, a terceira edição inicia a sua longa e tenebrosa jornada rumo ao final dos tempos. Será que Kratos estará preparado para concluir os seus ambiciosos planos? Suas alianças contribuirão para obter o esperado êxito na sua ousada missão? Ele correrá o risco de ser traído mais uma vez? E, o mais importante, Zeus, o rei de todos os deuses, será finalmente derrotado? Somente o empenho do jogador, e o desenvolvimento eficaz das suas habilidades, poderão definir os rumos desse intricado, mas inegavelmente delicioso, conflito.

Conservando a mecânica que se tornou uma marca registrada da série, tanto as batalhas épicas, quanto o uso de plataformas para se locomover e a resolução de alguns quebra-cabeças, continuam marcando uma forte presença. Mas há novidades. Devido ao uso eficiente da capacidade de processamento do PS3, agora é possível enfrentar generosas ondas de inimigos ao mesmo tempo, e até ter como palco para os conflitos cenários sofisticados ambientados nos gigantescos corpos de titãs.

E embora esses aspectos possam assustar inicialmente os jogadores pouco habituados em enfrentar situações caóticas, os aperfeiçoamentos implementados no sistema de combate facilita o uso de combinações para os ataques mais brutais. Isso sem contar com os novos armamentos, que têm a sua própria importância dependendo da situação e que, combinadas, contribuem para diversificar ainda mais as estratégias.

Encerrando, em tese, a saga de um dos personagens mais relevantes a surgir nos últimos tempos, e representando um título de inquestionável qualidade para todos que não dispensam um entretenimento repleto de ação e reviravoltas surpreendentes, God of War III consegue surpreender sob todos os aspectos. Jogadores que ainda não tiveram contato com a história, mas fazem questão de acompanhá-la desde o início, não devem deixar de conferir também o pacote Collection, que inclui as duas primeiras edições caprichosamente convertidas para o PlayStation 3.

Não deixe de conferir o site oficial.