Hero of Sparta II: o inferno de Argos

Hero of Sparta II: o inferno de Argos

Apesar das inevitáveis comparações com a aclamada série God of War, Hero of Sparta representou um grande marco para o desenvolvimento de jogos para o iPhone. Lançado em dezembro de 2008, o título, produzido pela Gameloft, demonstrou que a plataforma móvel da Apple tinha vocação de sobra para rodar games robustos, podendo até concorrer com os demais sistemas portáteis – incluindo os consolidados Nintendo DS e PSP, que, posteriormente, também receberam uma devida conversão do jogo.

E qual o motivo de todo esse prestígio? Provavelmente a acertada escolha de, ao invés de desenvolver um passatempo meramente casual (gênero até então dominante na App Store), criar um desafio que fosse bem mais excitante, promovendo batalhas brutais contra as mais bizarras criaturas da mitologia grega. Sem contar com as caprichadas sequências de animação e o sólido sistema usado para os combates, que fazia um eficiente uso da tela multitoque do aparelho.

A implacável fúria de Hades, em doze belos estágios da Grécia

Com o recente lançamento da sua continuação, simplesmente batizada de Hero of Sparta II, e suportando o iPhone, o iPod Touch e o iPad, a produtora francesa procura repetir o mesmo feito alcançado pelo original. E, mesmo não apresentando grandes avanços estruturais relacionados à jogabilidade, o título traz algumas novidades interessantes, além de um elenco aprimorado de criaturas e um arsenal bem mais variado para apimentar ainda mais as lutas.

A história, que se divide em doze estágios ambientados em oito belas paisagens da Grécia, apesar de ter um papel secundário, acaba servindo como um empolgante combustível na hora de promover os exigentes embates. Tudo tem início com o desejo de Argos, o herói do titulo, de regressar para a sua terra natal. Após enfrentar os horrores das batalhas violentas realizadas no inferno, ele acaba conseguindo chegar à costa de Esparta. Porém, logo percebe que concretizar o seu desejo será mais difícil do que imaginava. Hades, o deus do submundo, irado com a sua audácia de abandonar o inferno, fará de tudo para que o herói sofra todas as consequências do seu ousado plano.

Desfere combos usando simples ações de arraste

Desse ponto em diante, todos que conheceram a primeira edição certamente estão cientes do que está por vir: lutas sangrentas contra uma incansável horda de escabrosas criaturas, empenhadas em interromper o seu avanço a qualquer custo; as populares sequências de quick time events, necessárias para conseguir derrubar os inimigos mais difíceis (para iniciá-las, basta tocar no ícone em formato de caveira que estiver próximo da criatura e tentar repetir a ordem de botões que irão surgir progressivamente na tela); manipular objetos (geralmente alternando o pressionamento de dois botões para abrir portas e ativar alavancas); e, claro, explorar minuciosamente os cenários em busca das gemas que concedem benefícios cruciais para manter-se vivo na aventura, como um estoque maior de energia e poderes especiais para equipar as suas armas. Porém, há também algumas novidades.

Uma das características mais atraentes nesse tipo de jogo é o número de combinações de golpes que podem ser desferidos. E, nesse quesito, a tela multitoque do iPhone pode representar um pequeno empecilho. Afinal, para realizar combos, é preciso de dois ou mais botões, e preencher a pequena tela com vários comandos não só irá prejudicar a visão, como pode se tornar numa experiência desconfortável.

Ciente disso, o jogo implementou um esquema simples, mas que funciona muito bem. Usando apenas um botão para os ataques, ele pode ser “deslizado” em quatro direções para gerar ações diferentes. Ao arrastá-lo para cima, por exemplo, dependendo da arma utilizada, é possível dar um golpe que irá lançar o inimigo pelos ares. Ao arrastar esse mesmo botão da esquerda para a direita, e vice-versa, a espada balançará para ambos os lados, auxiliando-o quando houver uma grande quantidade de inimigos ao seu redor. Arrastando-o para baixo, é possível tentar emplacar um ataque em inimigos protegidos por escudos. Todos esses comandos ainda podem ser combinados com os botões de salto e recuo, produzindo ataques ainda mais sofisticados.

Suporte à Retina Display do iPhone 4 proporciona cenários com melhor definição

Outra boa ideia é que, para cada uma das fases, uma nova arma e uma nova classe de inimigo são apresentadas. O que é ótimo para manter aceso o interesse do jogador, introduzindo novas maneiras de lutar e exigindo estratégias diferentes para os ataques, quebrando a inevitável rotina das incansáveis seções de lutas.

Em relação ao visual, apesar das limitações do aparelho (não espere cenários tão detalhados quanto os jogos similares feitos para os consoles da atual geração), o título cumpre o que promete. Suportar o Retina Display do iPhone 4, que permite exibir imagens em altíssima definição, também foi uma decisão acertada, embora possa reduzir um pouco a fluidez dos movimentos em determinados momentos.

Mesmo não tendo a mesma sofisticação de um God of War, Hero of Sparta II não deixa de ser uma excelente opção de entretenimento para levar no bolso, e está disponível diretamente na App Store. Não perca!