Kingdom Hearts: Birth by Sleep

Kingdom Hearts: Birth by Sleep

Com sua proposta ousada, que misturava personagens clássicos do universo da Disney com os de Final Fantasy, a série Kingdom Hearts não apenas causou surpresa na data do seu lançamento, como gerou um notável fascínio até entre os mais conservadores fãs dos jogos de RPG de ação.

O mérito não foi por acaso. Mesmo sendo inicialmente considerado pela crítica como um título dedicado ao entretenimento infantil, as suas batalhas emocionantes, em conjunto com as complexas ramificações das habilidades dos seus protagonistas, rapidamente despertaram o interesse dos jogadores das mais diversas faixas etárias – e que também foram seduzidos pela envolvente história repleta de participações de alguns dos maiores ícones da literatura infanto-juvenil.

E o mais recente capítulo a integrar a saga, Kingdom Hearts: Birth by Sleep, tem tudo para repetir o feito. Deixando clara a intenção da Square Enix de atrair novos adeptos para a franquia, e esclarecer alguns pontos que ficaram obscuros para os veteranos ao longo desses oito anos, o título, exclusivo para o PSP e que marca a estreia da série no console portátil da Sony, traz uma quantidade considerável de novidades. Incluindo um aprimorado sistema para tornar as batalhas ainda mais emocionantes, a inclusão de minigames realmente relevantes à trama principal, um interessante passatempo que relembra os jogos de tabuleiro, uma área dedicada aos confrontos envolvendo múltiplos jogadores e outras tantas surpresas.

A primeira, e mais importante, foi o cuidado para não deixar de fora da brincadeira os que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a série. Com uma história situada dez anos antes dos acontecimentos do primeiro título (lançado em 2002, para o PlayStation 2), o jogador é introduzido aos três protagonistas dessa edição: Terra, um habilidoso guerreiro que, por apresentar um lado sombrio, teve adiado os seus planos de se tornar um mestre no uso das Keyblades (as poderosas espadas em formato de chave); Ventus, um jovem aprendiz da arte de batalhar que, mesmo demonstrando muita vontade e determinação, ainda é considerado inexperiente pelos demais; e Aqua, que nutre uma saudável amizade com os dois e que foi a única a conseguir passar no rigoroso exame envolvendo as Keyblades.

A aventura começa a ganhar corpo logo após a conclusão do teste final aplicado por Eraqus, o tutor dos três personagens. Xehanort, que acompanhava a batalha de avaliação, acaba desaparecendo misteriosamente, e os vários mundos que compreendem o universo do jogo, e que são inspirados nos contos da Disney, começam a sofrer a invasão das bizarras criaturas conhecidas como Unversed.

Percebendo a gravidade da situação, Eraqus comanda que Terra e Aqua destruam essas criaturas e encontrem Xehanort. Contudo, algo bem mais grave acaba ocorrendo: Vanitas, o sinistro aprendiz de Xehanort, convence Ventus a seguir Terra. Furioso com a desobediência do seu jovem pupilo, e prevendo que ele está correndo um sério risco, Eraqus manda Aqua resgatá-lo. Quais serão os desdobramentos dessa intrincada história?

Um dos grandes trunfos do game é a possibilidade de controlar cada um dos três protagonistas de forma totalmente independente – isto é, visitando mundos diferentes e cumprindo missões feitas especificamente para cada um dos personagens. O resultado não poderia ser diferente: um enredo interessante, contado a partir de três pontos de vista diferentes e que, no final, se complementam para formar uma única e grande história. Genial!

Outra mudança bem-vinda é o sistema usado para os combates. Permitindo que múltiplas estratégias sejam formadas, basicamente é possível montar uma lista de comandos (que podem ser encontrados, adquiridos ou simplesmente recebidos por merecimento) para disparar golpes específicos. Até é possível combiná-los, produzindo ataques ainda mais intensos, e usá-los para ativar super-combos, que causam danos extremos por um breve período. Isso tornará a jornada muito fácil? Que nada! Após usá-los, é preciso aguardar alguns momentos até que os mesmos sejam recarregados.

O D-Link é outro recurso interessante. Durante a jornada, personagens marcantes cruzarão o seu caminho, cada um com habilidades específicas que podem ser “emprestadas” para incrementar ainda mais o seu acervo de golpes e estratégias. Uma opção incrivelmente divertida e recompensadora, por permitir empregar os poderes de ícones como Mickey Mouse, Cinderela, a bruxa Malévola e outras tantas dezenas de personagens emblemáticos.

Devido às limitações do PSP, os cenários não são tão ricos e detalhados quanto às demais produções do gênero para os consoles de mesa. Porém, o uso de belos efeitos visuais durante as lutas compensam essa limitação, além do jogo contar com uma excelente direção de arte (que proporciona um verdadeiro espetáculo durante as sequências animadas), uma dublagem de primeira (que conta com a maioria dos dubladores que fazem as versões em inglês dos filmes da Disney) e da trilha sonora contagiante. Confira mais detalhes no site oficial.