Left 4 Dead: Lute em equipe, ou perca sozinho...

Left 4 Dead: Lute em equipe, ou perca sozinho...

Mesmo tendo em seu portfólio títulos de grande sucesso, como as consagradas séries Half-Life, Team Fortress e Portal, a Valve não descansa. Investindo em uma nova franquia com a intenção de fazer parte da crescente popularidade do gênero que mescla ação com teste de sobrevivência, Left 4 Dead surpreende pela abordagem inovadora que incentiva uma cooperação ativa entre os jogadores. E que também traz algumas gratas surpresas para o gênero.

Com uma história sem maiores pretensões dramáticas ou fatos inesperados que poderiam alterar radicalmente o rumo dos acontecimentos, o título usa como pano de fundo a infestação maciça de zumbis e o destino incerto dos quatro únicos sobreviventes que precisam unir forças para combater a exigente ameaça.

Cada um apresentando personalidades distintas, é possível assumir o papel de um veterano da guerra do Vietnã empolgado com a possibilidade de lutar novamente contra um grupo exigente de inimigos, de um motoqueiro que acredita ser indestrutível, de uma universitária fascinada por filmes de terror e que acredita saber tudo sobre a ameça devido ao seu hobby, e de um especialista em tecnologia da informação perspicaz. Qualquer que seja a escolha para uma campanha individual, os demais personagens serão conduzidos pela CPU, desempenhando as ações de acordo com as suas respectivas personalidades sem que hajam maiores empecilhos quanto à tática adotada pelo jogador.

O ponto forte do título, no entanto, está nas partidas em rede. Suportando quatro jogadores participando cooperativamente, e usando como lema a frase “lutar em conjunto ou morrer sozinho”, para conseguir manter todo a equipe no páreo será preciso estar atento a uma série de fatores. Não se desprender do grupo, ou explorar os cenários sem a ajuda de pelo menos um companheiro, é o mais importante deles. Estando solitário, é muito mais fácil ser atacado por uma horda de zumbis, e não poder contar com um auxílio externo quase sempre resultará em uma partida abreviada.

Outra característica importante é que, ao contrário da maioria dos jogos do gênero, capturar todos os kits de munição que encontrar pela frente não é a melhor estratégia. Como esses itens são escassos, e os demais também precisam repôr os seus estoques, gerenciar esses recursos com sabedoria é imprescindível para manter o grupo equilibrado e fortalecido.

Incentivando o emprego de diferentes tipos de táticas, além dos zumbis convencionais, será preciso lidar com cinco diferentes mutações, cada uma com habilidades próprias e que requer métodos diferenciados de ataque. Por exemplo, residindo em cantos escuros, as Witches podem se enfurecer com o simples feixe de uma lanterna, constituindo um risco a mais para os jogadores que irrompem pelas áreas sem cautela.

Os mais grotescos, no entanto, são os Boomers, que atacam lançando uma substância que tanto pode cegar temporariamente o jogador, quanto torná-lo em uma saborosa isca para atrair os demais zumbis em sua direção. Isso sem contar com os ataques à distância feitos pelos Smokers, a expressiva habilidade dos Hunters e a assustadora força bruta dos Tanks, todos difíceis de serem esquivados e que precisam ser atacados de frente.

Combater os zumbis, no entanto, é apenas uma parte da equação. Estudar as particularidades das quatro “arenas”, cada uma representando uma campanha dividida em cinco capítulos, é igualmente importante. Boas opções é o que não faltam. Em No Mercy, a ação tem início no terraço de um condomínio, levando a equipe a vencer inúmeros os obstáculos ao longo das imediações de Fairfield até conseguir alcançar o telhado de um hospital para ser resgatada por um helicóptero.

Quem preferir percorrer pelas ruínas de uma cidade, Death Toll pode ser a melhor opção, com casas e carros abandonados que são ótimos esconderijos — o que também pode ser valioso para os inimigos. Em Dead Air, os jogadores terão que se deslocar pelo centro de uma complexa cidade, tentando chegar em segurança ao aeroporto para conseguir escapar. Por último, há o vasto e macabro território de Blood Harvest, em que cada sombra pode esconder uma terrível ameaça.

Para manter o clima de tensão nas alturas, um sistema batizado de AI Director também foi implementado. Responsável por controlar dinamicamente o posicionamento dos inimigos, o grau de dificuldade e a distribuição dos itens de suporte pelos cenários, o sistema leva em consideração características como a habilidade e a experiência que foram demonstradas ao longo da jornada, tornando cada partida uma experiência única ao impedir que situações sejam facilmente previstas até por jogadores mais experientes.

Disponível para as plataformas Xbox 360 e PCs, e com uma produção caprichada que traz um competente sistema de cooperação online, Left 4 Dead é um passatempo irresistível até para quem não curte jogos envolvendo zumbis, mas não dispensa uma ação intensa e que consegue surpreender a cada partida.