Mortal Kombat vs. DC Universe: Um verdadeiro duelo entre titãs
Ocupando um lugar cativo na memória afetiva dos freqüentadores dos fliperamas no início da década de 1990, a série Mortal Kombat destacou-se dos demais jogos de luta da época por uma série de fatores. Ser um dos primeiros a ilustrar os lutadores com imagens digitalizadas foi um deles, assim como os famigerados fatalities, que encerravam as lutas de maneira drástica, e as excelentes conversões para os consoles domésticos, que contribuíram para torná-lo ainda mais popular.
E embora a evolução da franquia não tenha sido particularmente sólida ao longo dos últimos dezesseis anos, mesclando edições memoráveis com outras nem tanto, a Midway prometeu para o lançamento de Mortal Kombat vs. DC Universe algumas novidades bastante interessantes para reascender o interesse pela série e atrair novos adeptos. Promessas que foram cumpridas.
Incorporar parte do estrelar elenco da DC Comics para lutar contra uma seleção dos famosos e carismáticos personagens do jogo é uma das novidades mais expressivas. Mesmo não sendo a mais original das idéias (a Capcom explora o conceito há anos), a iniciativa foi acertada, trazendo um apelo irresistível para todos que gostariam de testar as forças do Super-Homem contra o Sub-Zero, conferir se a Mulher-Gato tem alguma vantagem em relação à Sonya Blade e até levar às últimas conseqüências a eterna rivalidade de Batman com o Coringa, entre outras tantas combinações.
Essa novidade, porém, também foi responsável por algumas mudanças na série que talvez possam frustrar uma parcela dos seus mais ardorosos fãs. Para adequá-lo ao universo da DC, reforçando a tese de que os super-heróis não podem aniquilar os seus inimigos ou serem brutalmente destroçados, a capacidade de desmembrar os adversários após vencer uma luta, e que é uma das marcas registradas da série, foi removida integralmente. As cenas mais impactantes, demonstrando as conseqüências de alguns golpes, foram igualmente atenuadas. Mas isso não quer dizer que os jogadores terão poucas variações de ataques ou que os embates sejam insossos. Os super-poderes de alguns lutadores são simplesmente fantásticos, assim como as armadilhas e as brincadeiras de personagens como o hilariante Coringa.
Como é característico no gênero, pressionar os botões sem seguir nenhum critério raramente resultará em vitórias. Para tornar-se um habilidoso lutador, é crucial adotar um determinado personagem e estudar as suas respectivas combinações para disparar os golpes certos nos momentos exatos. E o que não faltam são opções. Todos os vinte e dois personagens apresentam até doze ataques especiais e exclusivos, fora a possibilidade de desferir até quatro “super-ataques”. Os golpes finais, que exigem combinações mais complicadas, também não foram deixados de lado, com duas alternativas distintas para cada personagem.
Apesar da variedade de golpes, graças ao investimento de torná-lo mais acessível para os que estão pouco habituados com os jogos de luta, nunca foi tão fácil dominar esses movimentos. Na modalidade de treinamento, não só é possível especificar o nível de dificuldade do adversário controlado pela CPU (podendo até mantê-lo inerte), como é possível obter uma relação detalhada de todos os golpes no menu de pausa. Uma ótima sacada.
Novidades relacionadas à jogabilidade também foram incorporadas. Ativado após agarrar um adversário pelos ombros, o minigame Klose Kombat aproxima a câmera para ambos os lutadores e concede ao atacante a possibilidade de disparar uma seqüência de golpes pressionando alternadamente os botões. O adversário somente terá chances de se desvencilhar se conseguir antecipar qual será o próximo botão ou após um breve período de tempo.
Há ainda o Free Fall, que apresenta uma mecânica semelhante quando um dos lutadores é lançado para fora de uma arena vertical, Test Your Might, em que quem leva a melhor é o que pressionar mais rapidamente os quatro botões durante o ataque, e o Rage Mode, que impede que o jogador seja interrompido durante uma série de golpes.
Outro grande destaque é o Story Mode. Com uma história intrigante que relata a fusão de ambos os universos, é possível escolher qualquer um dos lados e participar dos eventos na tentativa de combater a “invasão”. Cada clã tem uma perspectiva diferente do conflito, acreditando que o outro lado é responsável pela ocupação e que deve ser combatido com bravura. Dominar boa parte das habilidades dos personagens que integram o lado escolhido é uma das exigências para obter sucesso, o que pode ser aperfeiçoado nas modalidades Arcade, Kombo Challenge e durante as partidas em rede.
Mesmo com alguns aspectos suavizados quando comparado com as edições anteriores, o título é uma boa opção de entretenimento para os apreciadores do gênero. Distribuído no Brasil pela Synergex, e com versões para Xbox 360 e PlayStation 3, mais detalhes podem ser conferidos no site oficial.