Ninja Blade: O grande guerreiro do século XXI

Ninja Blade: O grande guerreiro do século XXI

Entre todos os temas explorados pelos jogos de ação, poucos conseguem superar a energia empolgante e a mística cativante dos títulos que convidam o jogador a assumir o papel de um habilidoso ninja. Propondo o desafio de tornar-se um mestre das artes marciais, enquanto luta contra as mais exigentes ameaças, o subgênero tem como característica mais marcante a elevada intensidade das suas batalhas, em que reflexos rápidos e um apurado senso de oportunidade são tão importantes quanto a desenvoltura na manipulação de espadas e todos os demais instrumentos que integram o rico arsenal desses bravos guerreiros.

Com o lançamento de Ninja Blade, novo título produzido pela FromSoftware e que é exclusivo para o Xbox 360, essa tradição não apenas foi mantida, como foi intensificada para tornar a jornada ainda mais emocionante. Praticamente, toda a ação beira o superlativo, levando o protagonista a realizar as mais absurdas estripulias como dar saltos vertiginosos pelos prédios, se deslocar pegando carona em mísseis, enfrentar solitariamente um inimigo que é centenas de vezes o seu tamanho e outras tantas extravagâncias.

Embora exageros desse tipo nem sempre tornam um título atraente devido ao seu expressivo distanciamento com a realidade, nesse caso a abordagem surrealista se encaixou perfeitamente na proposta da sua trama, reforçando a intenção dos desenvolvedores de produzir uma experiência eletrizante que emprega os mesmos recursos visuais das produções cinematográficas que tratam de catástrofes.

Servindo de combustível para justificar a ação extrema, a história é igualmente interessante. Em setembro de 2015, um parasita de origem misteriosa começa a se alastrar em Tóquio, transformando os seus habitantes em criaturas bizarras que têm os seus músculos desenvolvidos de maneira descontrolada, tornando-os em seres absolutamente violentos. Além disso, devido à impressionante capacidade desses vermes de se replicarem, para impedir que a ameaça coloque em risco o destino da humanidade, será preciso combatê-los formando uma equipe especializada em exterminar a letal praga.

A partir desse momento, Ken Ogawa, talentoso ninja que integra da equipe G.U.I.D.E., entra em ação. Controlado pelo jogador, e aparentemente o único membro da organização que é imune à fatal infecção, ele é a última esperança para reverter a complicada situação. Mas nada é assim tão fácil: para impedir que a ameaça se espalhe globalmente, será preciso dominar duas formas distintas de lutas.

A primeira consiste no rigoroso confronto direto. Usando nada mais do que três espadas, cada uma deve ser empunhada para dar conta de um determinado tipo de situação. A mais versátil é a Oni-Slayer Blade, que equilibra velocidade com um satisfatório poder de ataque. Quando for preciso abater ameaças à distância, as Twin Falcon Knives resolvem o problema, além de serem equipadas com cabos de aço que auxiliam no rápido deslocamento pelos prédios. Por outro lado, a pesada e lenta Stonerender Sword é a mais poderosa, sendo implacável contra os grandes inimigos e que também serve para abrir fendas que revelam áreas secretas. Ao longo da jornada, todas as deverão ser aperfeiçoadas para aumentar o seu poder de ataque.

Ainda nessa etapa, dominar os tipos de estrelas-ninjas (shurikens) é igualmente crucial. São três os elementos representados: o vento, que é útil quando for preciso atravessar por uma área tomada pelas chamas; o fogo, que serve como um poderoso explosivo e ajuda a iluminar as áreas escuras e desfazer os obstáculos; e a eletricidade, que tem utilizações diversas, como criar um muro de proteção ou derrubar um elevado número de inimigos quando os mesmos estão em contato direto com a água.

O segundo tipo de batalha: Quick Time Events. Compartilhando do mesmo conceito introduzido pelo clássico God of War, em momentos decisivos, como os ataques fatais aos chefões, será preciso reproduzir uma sequência de comandos para obter sucesso. Ao cometer um erro, porém, o jogador não será penalizado com a perda de uma vida: a ação será retrocedida para alguns segundos antes da falha, dando uma nova oportunidade.

Ao contrário da maioria dos jogos do gênero, Ninja Blade tem um grau de dificuldade amenizado, com algumas características que facilitam a vida dos jogadores menos experientes. Ao ativar o recurso Ninja Vision, que torna os movimentos dos inimigos em câmera lenta, além da vantagem de desferir golpes mais velozes, detalhes dos cenários, como os muros que deverão ser percorridos para continuar a jornada ou as áreas que contém salas ocultas, serão devidamente destacadas com cores específicas. Contudo, o uso indiscriminado dessa função, que é limitada pela quantidade de energia “Chi”, pode causar um efeito colateral, retardando a adaptação visual do jogador e torna-o temporariamente vulnerável.

Em relação aos visuais, os cenários cumprem bem o seu papel. A representação futurística de Tóquio é impecável, e os modelos utilizados para ilustrar os monstros dão a exata impressão da sua força. Efeitos diversos, como incêndios e explosões, contribuem para enriquecer ainda mais a experiência, assim como os ângulos cinematográficos assumidos pela câmera nos momentos decisivos.

Mesmo sem ter a pretensão de competir com clássicos como Ninja Gaiden II, Ninja Blade proporciona uma ação ininterrupta de tirar o fôlego.