O ano do DirectX 11!
Todos que acompanham de perto os lançamentos de games para a plataforma Windows certamente reconhecem a importância do DirectX. Responsável por promover a interface entre o software e os recursos oferecidos por dispositivos como a placa de vídeo e de som (entre outros), os seus componentes são utilizados pelos desenvolvedores para exibir gráficos bidimensionais e tridimensionais (DirectDraw e Direct3D, respectivamente), reproduzir trilhas e efeitos sonoros (DirectMusic e DirectSound), gerenciar dispositivos como teclado, mouse e gamepads (DirectInput) e outras tantas funções igualmente relevantes para a programação de jogos e aplicativos multimídia em geral.
E mesmo que a evolução desses componentes represente um papel fundamental nos rumos do desenvolvimento de novos jogos para a plataforma, devido à inegável popularidade do Windows XP entre os gamers, até hoje a versão mais utilizada é a ultrapassada 9.0c. Mesmo após a apreciada reformulação promovida pela sua décima edição, que por ser compatível apenas com o Windows Vista, e não suportada no XP, acabou não sendo totalmente adotada pelas produtoras para desenvolver títulos que fossem exclusivos para o sistema.
Com o lançamento do DirectX 11, que vem incorporado ao Windows 7 (mas que também pode ser instalado no Vista), essa situação tem tudo para mudar. Motivos é o que não faltam, a começar pelas empolgantes novidades trazidas para tornar os visuais ainda mais realísticos e pelos esforços em fazer um uso mais eficiente dos recursos em áreas que não estão necessariamente relacionadas ao universo dos games.
A primeira e mais chamativa é a implementação de tessellars. Capaz de aumentar, via hardware e em tempo real, o número de polígonos exibidos na tela, esse recurso promete promover visuais bem mais naturais, independentemente da quantidade de vértices do objeto original. Em resumo, isso significa que, ao se aproximar de um determinado objeto, será possível observar uma superfície bem mais suave, evitando a impressão do mesmo ser composto por uma coleção de triângulos.
Além disso, o recurso também promoverá animações mais fluídas de elementos como bandeiras, que poderão balançar mais naturalmente, de superfícies compostas por líquidos, que poderão apresentar uma reação mais fiel quando um personagem percorrer por uma poça ou atravessar um rio, e até promover deformações mais detalhadas, entre outras possibilidades como exibir uma quantidade maciça de elementos em uma mesma cena.
As novidades não terminam por aí. A velha história de que os processadores com mais de um núcleo não oferecem vantagens relacionadas à performance dos jogos finalmente está com os dias contados. Como? Graças à restruturação do componente Direct3D, que agora permite que instruções envidas para a placa de vídeo sejam originadas de mais de uma thread. Com isso, os desenvolvedores poderão empregar plenamente o poder de processamento oferecido pelas CPUs multi-core, distribuindo e balanceando as tarefas pelos seus diversos núcleos – o que, de quebra, além de aumentar a performance dos jogos, irá recompensar o investimento dos gamers nesses processadores. ;-)
A introdução da tecnologia DirectCompute é outra novidade animadora no que tange ao uso dos recursos oferecidos pela máquina. O conceito é interessante: como as GPUs que equipam as placas de vídeo modernas apresentam um incrível poder de processamento, superando até algumas famílias de processadores em determinadas tarefas, por que empregar as suas funções apenas nos jogos? Com a aplicação das suas capacidades em outras áreas, será possível aliviar o trabalho da CPU ao desempenhar tarefas pesadas, como codificar vídeos e músicas, manipular imagens e até comprimir arquivos, entre outras aplicações, em uma fração do tempo. E embora esse recurso seja similar à tecnologia CUDA, usada pela NVIDIA em suas placas mais avançadas, e OpenCL, padronizá-lo no DirectX certamente o tornará mais popular e menos restrito a equipamentos produzidos por um determinado fabricante.
Com exceção desse último recurso, que pode ser utilizado em equipamentos compatíveis com as versões 9.0c e 10.1, para usufruir plenamente das novas características, será preciso investir em uma placa de vídeo que suporte nativamente o DirectX 11. A ATI saiu na frente, lançando a série HD5XXXX, e a NVIDIA promete novidades ainda para esse primeiro trimestre.
Ilustrando a coluna, estão os jogos BattleForge, DiRT 2 e S.T.A.L.K.E.R.: Call of Pripyat, que já usam as novas características introduzidas pelo DirectX 11.Sem dúvida alguma, em matéria de games, 2010 promete!