Prince of Persia: Uma aliança improvável

Prince of Persia: Uma aliança improvável

Criado em 1989 por Jordan Mechner, Prince of Persia representou um importante marco para o universo dos games. Sendo um dos primeiros a empregar uma animação fluída e realística para os movimentos realizados pelos personagens, e trazendo a difícil tarefa de concluir a longa jornada em menos de 60 minutos, não custou para que o título se tornasse em um clássico absoluto.

E embora as suas continuações PoP 2: The Shadow and the Flame, lançado em 1994, e PoP: 3D, de 1999, não tenham alcançado o mesmo nível de popularidade do original, a trilogia The Sands of Time, iniciada em 2003 e que ficou a cargo da Ubisoft Montreal, foi bem-sucedida, atraindo novos adeptos para as aventuras protagonizadas pelo habilidoso príncipe em jornadas fascinantes ambientadas nos desertos.

Apesar da popularidade da trilogia, a Ubisoft optou por seguir uma abordagem completamente diferente para o lançamento do mais recente integrante da franquia. Batizando-o simplesmente de Prince of Persia, e sendo o primeiro a ser produzido para os consoles de última geração, praticamente todas as referências relacionadas aos títulos anteriores foram deixadas de lado. A capacidade de manipular o tempo, por exemplo, não está mais presente, assim como foi abandonada a impressão do herói ter um lado obscuro e sombrio.

Outro fator importante é que, agora, ao invés de percorrer solitariamente, o príncipe estará acompanhado de uma nova personagem, que contribui positivamente para a dinâmica do jogo. As novidades, no entanto, não terminam por aí.

Com uma trama inspirada na mitologia Pérsia, a história começa a ganhar força quando o príncipe encontra a princesa Elika durante uma violenta tempestade de areia. Movido pela curiosidade, o herói segue a moça até o templo que contém a Árvore da Vida, sem prever a grande confusão que estaria por vir: a Árvore, ao ser destruída, inicia uma batalha épica entre Ormazd, o deus da Luz, e Ahriman, o deus da Escuridão. Será o príncipe capaz de combater a investida de Ahriman e os seus ambiciosos planos de disseminar o caos e a corrupção pela região? Não, a não ser que conte com a preciosa ajuda de Elika.

Apesar da mecânica empregada para se locomover pelos cenários ser bastante similar às últimas aventuras, nessa versão há algumas empolgantes novidades. A necessidade de percorrer pelos muros, saltar por vertiginosas plataformas, utilizar postes para alcançar regiões mais distantes e outras tantas peripécias permanece intacta, mas agora tudo é feito em conjunto com a Elika.

Controlada de maneira eficiente pela CPU, a princesa é uma peça fundamental para o andamento da aventura, tendo a capacidade de lançar poderosas magias, auxiliar o herói durante as batalhas mais rigorosas, ajudar na resolução dos enigmas e até combinar manobras para que o príncipe consiga dar saltos mais distantes, entre outras acrobacias.

Além disso, como na história o príncipe não deve morrer, Elika sempre o resgatará nos momentos críticos. Ao realizar um salto impreciso, por exemplo, ela irá capturar e transportar o herói até o último ponto seguro antes do pulo. Durante as lutas, que além de espadas também envolve uma letal luva de metal, quando o oponente estiver levando a melhor a ponto de derrubá-lo, a princesa assumirá a batalha até que o herói se recupere. E embora essa característica possa gerar queixas entre os jogadores mais habilidosos por permitir que as partidas se tornem mais acessíveis para os que estão pouco habituados com os games de plataformas mais exigentes, esse recurso tem a vantagem de manter o ritmo frenético e ininterrupto da ação.

Há ainda outros fatores que impressionam. A produção visual, que conta com uma direção de arte competente, confere ao jogador cenários belíssimos e variados, com uma estética moderna e sofisticada que se encaixa perfeitamente na proposta do game. Os efeitos visuais, principalmente quando uma determinada região é purificada, são um espetáculo à parte, e a liberdade para se deslocar livremente pelo vasto território, sem que seja preciso seguir uma ordem predefinida de missões, contribui para tornar a experiência ainda mais rica e autêntica.

Sem economizar esforços para se reinventar, Prince of Persia consegue surpreender. Investindo na perfeita sinergia entre os dois personagens, cujas personalidades carismáticas proporcionam momentos hilários e diálogos inspirados, o título dificilmente irá decepcionar os que acompanham há tempos a série.

Disponível para as plataformas Xbox 360, PlayStation 3 e PC, outros detalhes podem ser obtidos no site oficial. Não perca!