Puzzle Quest 2: o retorno de um clássico que mistura elementos de RPG com raciocínio estratégico
Reunindo, com exemplar competência, dois conceitos completamente diferentes em um único pacote, Puzzle Quest: Challenge of the Warlords foi recebido com um merecido entusiasmo pelos jogadores. Mesclando a mecânica relativamente simples de jogos como Bejeweled, em que é preciso alinhar três ou mais peças de uma mesma categoria para removê-las do tabuleiro, com o uso de armamentos e feitiços para drenar as forças dos adversários, e que cuja evolução dessas habilidades seguia um sistema inspirado nos RPGs tradicionais, o título, lançado em 2007, agradou em cheio ao promover emocionantes batalhas em turnos que não dependiam apenas da sorte, mas também do uso de planejamento prático e de estratégias de combate e defesa que fossem eficazes.
Com o lançamento da sua aguardada sequência, batizada simplesmente de Puzzle Quest 2, a produtora australiana Infinite Interactive supreendeu mais uma vez ao cumprir a sua promessa de atualizar o gênero que ajudou a criar. Como? Trazendo mudanças substanciais à sua fórmula para tornar a jornada ainda mais dinâmica e divertida, mas sem abandonar as raízes que consagraram o antecessor.
A primeira grande surpresa ficou por conta do perfil dos personagens que integram essa edição. Responsáveis por influenciar os métodos de atuação usados pelo jogador, que geralmente faz a sua escolha levando em consideração o acervo de armamentos que podem ser obtidos e o alcance dos feitiços disparados, ao invés de contar com druidas, cavaleiros, guerreiros medievais e bruxos (todos inspirados no universo de Warlords, série de RPG da Infinite), agora são utilizados assassinos profissionais, bárbaros, templários e magos.
Uma mudança que evidencia a clara intenção dos produtores de tornar os embates bem mais concentrados no confronto direto, característica também reforçada pela nova capacidade de empunhar duas armas, uma para cada mão, e até ter um escudo para obter uma proteção extra das investidas dos inimigos.
Outra novidade é que, ao invés de percorrer por longas distâncias resolvendo conflitos e cumprindo tarefas em reinos e castelos, boa parte da ação será desempenhada em claustrofóbicos túneis subterrâneos. Com uma abordagem que remete ao clássico Diablo, dessa vez o herói terá que desbravar sinuosos labirintos, na nobre tentativa de exterminar as bizarras criaturas que, a mando do demoníaco Gorgon, estão trazendo o caos para o outrora pacífico vilarejo de Verloren. E qual a melhor maneira de combatê-los? Reorganizando as peças do tabuleiro para desferir golpes, acumular energia para disparar os novos ataques e coletar maná suficiente para lançar feitiços.
Sob esse aspecto, a mecânica até pode parecer não ter passado por grandes alterações. Ambos os envolvidos em um batalha têm uma determinada quantidade de “pontos de vida”, que são subtraídos assim que três ou mais peças em formato de caveira são destruídos. Os feitiços, que podem alterar a disposição do tabuleiro, causar danos ao adversário e conceder regalias como uma proteção extra contra os ataques, entre outras tantas vantagens, continuam marcando uma forte presença, bastando coletar a quantidade de peças suficientes para poderem ser disparadas. Combos de quatro ou mais peças também continuam concedendo uma valiosa rodada adicional. Mas há novidades.
Precisa disparar um ataque direto, mas não é possível alinhar três ou mais caveiras? Se tiver a quantidade suficiente de “manás de batalha”, as peças negras que ilustram um punho fechado, é possível realizar um golpe cuja intensidade depende apenas das características do armamento que veste uma das mãos.
Outra novidade são os desafios encontrados ao longo da jornada, que relembram as batalhas tradicionais, mas que apresentam regras especiais. Logo no início, por exemplo, para combater um incêndio, será preciso enfraquecer as chamas destruindo as peças azuis que representam a água. Mas há um elemento complicador: apesar do fogo não revidar, será preciso evitar a destruição das peças vermelhas, que, além de fortalecerem as chamas, causam danos severos para a saúde do personagem. Um excelente teste de planejamento estratégico.
Os minigames igualmente merecem destaque. Proporcionando uma apreciada variedade para a jogabilidade, dependendo das circunstâncias, será preciso derrubar portas, abrir fechaduras e procurar por tesouros, entre outras tarefas que usam como base o mesmo tabuleiro regido por regras específicas. Tarefas que nem sempre são fáceis, pois será preciso lidar com limitações como um número limitado de movimentos e a redução progressiva da área de trabalho. Um desafios e tanto, especialmente ao enfrentar os níveis mais avançados.
Disponível para as plataformas Xbox 360 (cuja versão gratuita de avaliação já pode ser obtida na XBLA) e o portátil Nintendo DS, e previsto para chegar em breve para o Windows, iPhone e iPad, Puzzle Quest 2 mantém a tradição da série de proporcionar um entretenimento de elevada qualidade, combinando elementos do RPG com raciocínio estratégico. Não perca!