Red Alert 3: E agora, camarada?
Derivada da memorável série Command & Conquer, a franquia Red Alert sempre teve como trunfo a capacidade de proporcionar uma experiência peculiar inspirada na distorção intencional de alguns dos mais marcantes fatos da história recente.
Com o objetivo de questionar o que teria acontecido caso a Segunda Guerra Mundial não tivesse ocorrido, justificando o fato com o assassinato de Hitler por Einstein após a criação de uma máquina do tempo(!!), desde a sua primeira edição era abordada a ascensão do poder bélico da União Soviética e as suas conseqüências para o restante do mundo. Tradição que permanece intacta na sua aguardada terceira edição, que incorpora algumas novidades para alterar o delicado equilíbrio de poder entre as potências mundiais e que não deixa de lado a sátira e o senso de humor tão característicos da série.
Nessa edição, o conflito tem início com a iminente derrocada do Império Soviético. Após duas implacáveis derrotas, e ameaçados pelas armas nucleares em poder dos exércitos ocidentais, os líderes da Rússia bolam um plano arriscado: convencer o cientista Gregor Zelinsky, um brilhante pesquisador, a colocar em operação a sua máquina do tempo para retroceder ao ano de 1927. A missão? Abater Einstein antes que os seus estudos sobre armas atômicas sejam finalizadas, eliminando de vez a vantagem do ocidente sobre os soviéticos.
Ao concluir a missão, os líderes percebem que o plano teve resultados desastrosos. Sem a presença da tecnologia nuclear, as potências desenvolveram outras espécies de tecnologias bélicas –muitas delas extremamente bizarras. Além disso, devido à ausência das bombas nucleares, o exército japonês se fortaleceu durante o período, tornando o Império do Sol Nascente em uma nova superpotência que, assim como os Aliados e os Soviéticos, não poupará esforços para conquistar a supremacia sobre a humanidade. Se isso não bastasse, a Terceira Guerra Mundial está prestes a explodir. Neste sinistro e complicado cenário, quem levará a melhor? E qual será o lado escolhido pelo jogador, que deverá colocar em prática as mais diversas estratégias ao empregar as novas e diferentes tecnologias?
Desde o início, é possível participar da campanha principal escolhendo qualquer uma das três potências, cada uma apresentando missões e perspectivas completamente diferentes. Ingressando no Exército Russo, por exemplo, os Aliados estão prestes a perder o domínio sobre a Europa, mas como os japoneses não dão trégua e estão conquistando rapidamente os territórios soviéticos, é preciso controlar a investida antes que seja tarde.
Assumindo o lado dos Aliados, será preciso frear a ocupação russa, começando com a proteção do Reino Unido, único território que ainda não foi invadido.
Para os mais audaciosos, integrar o Exército Japonês, que prevê a dominação de ambas as potências da forma mais eficiente possível, pode ser a opção mais empolgante. Contudo, qualquer que seja a escolha, alcançar a tão estimada supremacia está longe de ser fácil.
Trazendo uma mecânica bastante familiar para os jogadores habituados com a série e com o gênero estratégia em tempo real, a grande novidade fica por conta da possibilidade de ter dois jogadores participando ativamente de um mesmo lado, compartilhando não apenas os recursos, mas tomando todas as decisões em conjunto. Quem estiver jogando sozinho, poderá contar com o auxílio da CPU, mesmo que essa opção nem sempre resulte nas decisões mais acertadas. Outra novidade a se destacar são as batalhas em alto-mar, que receberam a mesma atenção dos conflitos em terra e concedem às três superpotências um vasto acervo de veículos anfíbios.
Devido à trama com toques surreais, que incluem batalhas exóticas envolvendo ursos guerreiros, libélulas robóticas, colegiais psíquicas e golfinhos sônicos lutando ao lado de soldados e dos demais elementos presentes nos jogos de guerra, os belos visuais deixam de lado o rigor do realismo para trazer cenários mais vibrantes inspirados nos cartuns. Os efeitos visuais, especialmente durante as missões ambientadas em cenários marítimos, proporcionam um espetáculo à parte, assim como a excelente trilha sonora, que parcialmente ficou a cargo de Frank Klepacki. E como não poderia faltar,os bem-produzidos vídeos encenados por atores reais, e que servem para contar a história, representam uma diversão extra.
Para os PCs, duas edições estão disponíveis: a convencional, que acompanha apenas o game; e o pacote especial, que também inclui um DVD extra com cenas dos bastidores, um CD com as músicas do jogo, mapas adicionais para aumentar a variedade das sempre divertidas batalhas em rede, um poster com todas as atrizes que participam dos vídeos e outros itens irresistíveis para alegrar os colecionadores e fanáticos pela série.
Uma versão gratuita de demonstração pode ser obtida no site oficial, assim como informações sobre a edição para o Xbox 360.