Red Dead Redemption: um faroeste de primeira!
Todos que apreciam jogos que abordam o lado mais sombrio do velho oeste, e que gostariam de ter o prestígio de sustentar o título de possuidor do gatilho mais rápido da região, têm mais um bom motivo para comemorar. Tratando do eterno conflito entre os foras-da-lei e a ordem estabelecida, Red Dead Redemption, aguardada sequência de Red Dead Revolver (produzido inicialmente pela Capcom, mas lançado em 2004 após ser adquirido pela Rockstar Games), acabou de chegar para o Xbox 360 e PlayStation 3. E trazendo mais uma aventura que não deixa nada a desejar aos grandes clássicos do western.
Apresentando uma mecânica solta, que incentiva o jogador a exercitar o seu livre arbítrio e a explorar as vastas e belas locações no ritmo que desejar, um dos grandes destaques de Redemption é a trama envolvente e os seus desdobramentos épicos. Estamos em 1911, e o início da Era Industrial está em pleno vapor. Para combater a ação dos bandidos na fronteira entre os EUA e o México, que chegou a atingir níveis caóticos, o governo federal norte-americano está usando todos os seus recursos para conseguir desarticular as quadrilhas. E sem pudor para fazer uso das mais perversas e controversas técnicas.
É o começo do fim de uma era, e John Marston, protagonista da vez, foi um dos escolhidos para enfrentar um grande dilema. Ex-membro da temida gangue liderada por Dutch van der Linde, o agora aposentado fora-da-lei tem a sua vida virada ao avesso após ter a sua esposa e seu único filho sequestrados pelos agentes federais. O preço para conseguir reavê-los? Nada menos do que usar as suas habilidades no revólver e empregar todo o seu conhecimento das artimanhas usadas pelos bandidos em favor da lei.
Mudar de lado não é nada fácil, e ainda há um elemento extra para complicar a já sofrida vida de John. Ele terá que perseguir, e até matar, todos os seus ex-parceiros de crime, incluindo o antigo companheiro Bill Williamson – que, atualmente, comanda a sua própria gangue. Uma missão perigosíssima, pois, além deles ainda estarem na ativa, a ferrenha perseguição dos homens da lei tornou-os ainda mais furiosos e extremamente violentos, deixando um rastro de sangue nunca visto.
Como já é tradição nos títulos produzidos pela Rockstar, o jogador é apresentado a um mundo aberto, podendo tomar as suas próprias decisões e seguir as missões principais apenas quando quiser evoluir na história. Isso envolve percorrer livremente pelas belas paisagens a pé ou montado a cavalos, interagir com os habitantes da região, frequentar estabelecimentos, treinar a pontaria usando garrafas e barris como alvos, caçar animais selvagens e até tentar a sorte no carteado, entre outras tantas tarefas secundárias. Todas divertidas e que proporciona uma apreciada diversificação, mas que estão longe de serem a atração principal
Em um jogo de bangue-bangue, o que não pode faltar são as sequências dedicadas ao duelos envolvendo armas de fogo, e, nesse aspecto, o título realmente brilha. Empregando um esquema de controles bastante similar ao GTA IV (outro grande sucesso da Rockstar), é possível fazer uso da eficiente trava de mira para alvejar inimigos específicos, atirar a esmo, mirar livremente em qualquer ponto e até buscar a necessária proteção da enxurrada de balas ao buscar abrigo nos diversos elementos presentes em cena. O generoso acervo de armamentos também não decepciona, com revólveres, pistolas, rifles, facas e até canhões para diversificar as estratégias de ataque.
O mais bacana, no entanto, está nas habilidades que podem ser desenvolvidas para torná-lo em um grande mito do velho oeste. Uma delas é o genial recurso Dead Eye. Similar ao conhecido bullet-time, ao ser ativado, toda a ação a sua volta fica em câmera lenta. Ótimo para acertar vários inimigos de uma só vez ou entreter os habitantes de uma cidade, tornando objetos em caricatas peneiras antes que elas atinjam o chão, entre outras possibilidades.
Outro interessante recurso é o utilizado para medir o seu desempenho. Dependendo de como as tarefas secundárias são executadas, pontos são atribuídos em fatores como honra e grau de popularidade. Capturou bandidos sem matá-los, ou resgatou inocentes que estavam em situações perigosas? O nível de honra em relação aos habitantes locais sobe. Assaltou civis ou cometeu assassinatos sem necessidade? A população terá receio da sua presença. O mesmo ocorre quanto à popularidade. Ser o mais conhecido não necessariamente significa ser o mais adorado.
Poucos títulos se dedicam à dura vida no velho oeste, mas Red Dead Redemption preenche a lacuna com um jogo de excelentíssima qualidade. Porém, devido à violência e a natureza de alguns dos temas abordados, o título é recomendável apenas para uma audiência adulta.