Supreme Commander 2: conflitos em proporções épicas

Supreme Commander 2: conflitos em proporções épicas

Grandiosidade. Essa era a sensação que o jogador tinha sempre que iniciava uma nova partida de Supreme Commander. A impressão não era por acaso, e tampouco exagerada. O título de estratégia em tempo real, lançado em 2007 e produzido pela Gas Powered Games, realmente proporcionava uma experiência para megalomaníaco nenhum botar defeito. A começar pelo objetivo, que consistia na conquista à força da supremacia do universo e envolvia a administração eficaz de todos os recursos do seu exército, além do despacho de comandos para cada uma das dezenas de unidades que batalhavam contra outras duas poderosas facções em cenários absurdamente vastos. Sim, um convite praticamente irresistível para todos que gostariam de colocar em prática estratégias levando em consideração a totalidade do poder bélico acumulado até então.

A aposta ousada nessa abordagem, por outro lado, teve um custo elevado. Mesmo para alguns computadores considerados de ponta para a época, o jogo era pesado, apresentando lentidões e pequenas “travadas” durante os momentos em que haviam muitas unidades em intensa atividade. Algumas características também traziam um desnecessário nível de complexidade, afastando os jogadores que não estavam dispostos a se aprofundar na sua fascinante mecânica para compor um exército com um poder de fogo surpreendente para aniquilar os adversários.

Com o lançamento da sua aguardada continuação, esses aspectos finalmente podem ser considerados como coisas do passado. Trazendo um novo motor gráfico, que atenua muitas das perfumarias visuais do seu antecessor tornando-o mais leve para os computadores menos potentes (sem sacrificar a exuberância dos cenários), e mexendo na mecânica para tornar a experiência mais simples e dinâmica (mas que certamente irá desagradar alguns dos mais assíduos jogadores do antecessor), Supreme Commander 2 acerta ao não alterar um dos elementos que mais se destacaram na série: as proporções homéricas impressas pelas suas batalhas.

A história, ambientada vinte e cinco anos após a conclusão do pacote de expansão Forged Alliance (também de 2007), começa demonstrando que a tão apreciada –e frágil– aliança de paz entre os povos chegou novamente ao fim. O estopim foi o assassinato do recém-eleito presidente da Colonial Defense Coalition, o que resultou em uma nova crise de instabilidade. Membros das facções United Earth Force, The Illuminate e Cybran Nation negam categoricamente o envolvimento no atentado. E, claro, se acusam mutuamente.

No meio dessa confusão, que disparou uma nova queda de braço pelo poder, está o jogador, que deve assumir as funções do comandante de uma das facções e superar as demais. Uma situação complicada, pois, para cada uma delas, há uma perspectiva totalmente diferente ao caso (cada facção oferece seis missões totalmente distintas). Quem levará a melhor?

Assim como os demais jogos do gênero, estabelecer bases e administrar recursos desempenham um papel fundamental para formar o seu exército e conquistar territórios. Nesse aspecto, os jogadores acostumados com o método utilizado pela primeira edição notarão algumas mudanças, como a ênfase nas batalhas em detrimento a um planejamento mais minucioso.

Por exemplo, ao invés de criar novas unidades levando em consideração o potencial dos geradores de recursos, agora só é possível investir em melhorias usando o que realmente está disponível. A evolução das características das tropas igualmente passou por modificações, empregando o conceito de uma ramificação linear que segue o mesmo molde utilizado pelos RPGs para aperfeiçoar as habilidades dos personagens.

Outra novidade que reflete diretamente na forma com que as estratégias podem ser planejadas é a análise das características geográficas dos terrenos em que ocorrem as batalhas. Deseja se livrar rapidamente de uma unidade inimiga? Por que não cercá-la, destacando parte de uma tropa como isca para conduzir os adversários até uma área sem saída e iniciar uma emboscada? Isso, agora, é possível, junto com outras possibilidades igualmente entusiasmadoras. Sem contar com outros aspectos mais sutis, que podem ser conhecidos em detalhes no tutorial que acompanha o game.

Apesar de emprestar elementos de clássicos como Command & Conquer e Starcraft, se afastando um pouco das suas raízes ao investir em um abordagem menos complexa, Supreme Commander 2 não deixa de ser uma boa opção – inclusive pelas populares partidas em rede, que suportam até oito participantes e que podem levar algumas horas até chegar a uma conclusão.

Disponível para as plataformas PC e Xbox 360, informações sobre como obter a versão gratuita de demonstração, que inclui dois tutoriais e duas missões da UEF, podem ser obtidas no site oficial.