Torchlight: o nascimento de um clássico entre os RPGs de ação
Enquanto aguardam ansiosamente pelo lançamento de Diablo III, os apreciadores do gênero RPG de ação têm mais um bom motivo para aperfeiçoar as suas técnicas de combate em meio a ambientes igualmente assustadores e macabros. Produzido por uma equipe formada pelos idealizadores de alguns dos maiores clássicos a integrar o segmento, e que incluem títulos como as duas primeiras edições de Diablo e o cultuado Fate, Torchlight é uma grata surpresa por manter a apreciada jogabilidade rápida e dinâmica que consagrou o gênero, ao mesmo tempo em que implementa algumas oportunas –e não menos empolgantes– novidades.
Convidando o jogador a participar de uma jornada fascinante, a história, carregada de elementos fantásticos, tem como foco o simpático vilarejo que empresta o nome ao título e a sua notável abundância de um cobiçado mineral que possui propriedades mágicas. Capaz de conceder riquezas e poder aos que souberem utilizá-lo, ou promover sofrimento aos tolos com a pretensão de dominá-lo, a ambição desenfreada pela sua extração acabou produzindo um cenário perturbador, revelando nos subterrâneos da cidade civilizações antigas dizimadas sem uma causa aparente.
Para piorar ainda mais a situação, o local também passou a ser atormentado por hordas de criaturas bizarras, trazendo pânico para os habitantes a ponto de indagarem se a presença do raro mineral seria uma dádiva ou uma maldição. Enigma que somente o jogador poderá desvendar.
Antes de assumir as funções de um bravo guerreiro, no entanto, é preciso eleger uma das três classes dependendo do seu estilo de atuação. Quem preferir empregar a força bruta, por exemplo, optar por um Destroyer pode ser a escolha mais adequada, permitindo que ataques violentos sejam desferidos a todos que estiverem à sua volta.
Se agir com cautela for mais atraente, combatendo os inimigos de uma distância segura usando armamentos de médio alcance e armando arapucas para atormentá-los, a classe Vanquisher certamente é a melhor alternativa. Há ainda a classe Alchemist, dedicada aos que não resistem ao uso da magia e que concede poderes especiais ao explorar as propriedades do misterioso mineral.
Enfrentar a crescente invasão está longe de ser uma tarefa fácil, mas o jogador não terá que enfrentar essa enrascada sozinho. Um fiel companheiro, que pode assumir a forma de um cão ou de um felino, o acompanhará durante a jornada, cumprindo funções fundamentais como o transporte de itens, a venda de equipamentos não mais necessários durante as incursões e até na sua participação destemida nos momentos mais dramáticos das batalhas.
Esse é um aspecto curioso. Podendo assumir a aparência de outros animais, e adquirir habilidades especiais por um breve período, basta alimentar o seu escudeiro com um peixe que possua os atributos desejados para transformá-lo em uma verdadeira besta. Aonde conseguir essas iguarias? Em um divertido minigame que emula o ato de pescar, bastando se aproximar de um dos inúmeros lagos espalhados pelos cenários para ativar o estranho–mas eficiente–recurso.
Em relação à sua mecânica, o título conserva o estilo que popularizou o gênero. Ao cumprir as tarefas, ou durante a exploração minuciosa dos cenários, combater as constantes ameaças e coletar os itens para aumentar o grau de experiência do jogador continuam desempenhando um papel relevante na evolução da aventura.
O descomplicado método utilizado para os controles, que utiliza o mouse para se movimentar e atacar, juntamente com as práticas teclas de atalho para alternar rapidamente os armamentos e utilizar itens como as ampolas regeneradoras de energia e maná, igualmente estão presentes, mas há também novidades. As mais interessantes sendo a geração aleatória de níveis, que confere um elevado grau de replay por sempre apresentar estágios distintos, e a capacidade de herdar as habilidades de um personagem que atingiu o nível máximo, permitindo que um novo personagem adquira as capacidades previamente conquistadas.
Outra grande surpresa está relacionada à produção. Além de contar com a empolgante trilha sonora incidental composta por Matt Uelmen, os cenários são belos e detalhados, apesar do jogo exigir requisitos mínimos bastante modestos. Podendo rodar satisfatoriamente em até máquinas antigas, basta possuir um processador de 800MHz, 512MB de memória RAM e uma placa de vídeo equipada com os chipsets ATI Radeon 7200, NVIDIA GeForce 2, Intel GMA 950 ou superiores. Uma tacada de mestre!
Mesmo não suportando as populares partidas em rede, ou a ação cooperativa entre jogadores, Torchlight é um RPG de ação para ninguém botar defeito.
Distribuído exclusivamente de forma digital, uma versão gratuita de avaliação pode ser obtida nesse endereço. Visitando o site oficial, é possível obter outros detalhes, incluindo o editor de fases. Não perca!