Trine: todos por um
Ansiosamente aguardado desde que uma versão preliminar foi apresentada na edição desse ano da Electronic Entertainment Expo, Trine é uma grata surpresa para os apreciadores dos jogos que misturam a resolução de quebra-cabeças com os elementos tradicionais do gênero plataforma.
Trazendo uma mecânica que remete ao clássico The Lost Vikings, em que três personagens com habilidades únicas devem unir forças para agir cooperativamente na superação dos obstáculos, ao mesmo tempo em que proporciona uma atmosfera fantástica que relembra as místicas aventuras protagonizadas pelo herói da série Prince of Persia, o título, desenvolvido pela finlandesa Frozenbyte, se destaca pela produção caprichada e pelo investimento que foi dedicado para refinar a sua jogabilidade.
Com uma intrincada história narrada como se fosse uma fábula situada na era medieval, a aventura tem como ponto de partida o falecimento do rei de um simpático vilarejo. Sem herdeiros para assumir o trono, a ambição pelos valiosos tesouros do reino, em conjunto com a ganância desenfreada pelo poder, tomam conta de alguns dos habitantes, alastrando um desesperador caos pela região.
Com o propósito de restabelecer a paz, e combater os inúmeros males que passaram a afligir o local, três personagens com características distintas acabam tendo os seus destinos entrelaçados de uma maneira curiosa: suas almas passaram a ser conectadas pelo intermédio de um misterioso dispositivo conhecido como Trine, levando-os a combater as forças que insistem em minar a prosperidade do reino.
Apesar do ditado de que a união faz a força, obter sucesso nessa enrascada está longe de ser uma tarefa simples. Com quebra-cabeças que oferecem um grau de dificuldade acima da média, dominar as aptidões dos protagonistas e encontrar meios eficientes de combiná-las são apenas algumas das habilidades que precisam ser desenvolvidas ao longo do percurso. Por exemplo, em ambientes abarrotados por inimigos, escolher o guerreiro Pontius pode ser a opção mais indicada. Equipado com um pesado arsenal para os combates diretos, e carregando um resistente escudo, a sua força descomunal também desempenha um papel fundamental para abrir o caminho quando necessário, podendo lançar pesados objetos contra os obstáculos e quebrando barreiras usando nada mais do que os próprios punhos. A brutalidade, por outro lado, nem sempre resolve.
Quando os inimigos estão à uma certa distância, contar com a pontaria irrepreensível da enigmática ladra Zoya pode ser uma opção mais prudente. Capaz de derrubar um oponente por vez com o seu inseparável arco-e-flecha, ela também oferece benefícios como a capacidade de ativar dispositivos que estão fora do alcance e de se deslocar com uma invejável destreza pelas áreas de difícil acesso graças a um prático cabo de aço cuja ponta pode ser fincada em qualquer superfície de madeira. Isso sem contar com a sua incansável busca por um dispositivo que concede ao seu portador a possibilidade de retardar a ação do tempo–-e que pode ser de extrema utilidade no futuro caso seja encontrado.
As habilidades mais impressionantes, no entanto, ficaram a cargo do mago Amadeus. Com a capacidade de lançar feitiços que interagem diretamente com todos os elementos presentes nos cenários, ele pode usar da levitação para posicionar objetos em áreas específicas, manipular as pontes destruídas para permitir a passagem e até influenciar o equilíbrio de plataformas que agem como uma espécie de balança. E isso não é tudo. Entre o seu acervo de truques, está a possibilidade de criar objetos como cubos e tábuas, que podem ser usados nos combates para atrasar ou aniquilar os inimigos, além de fornecer meios para superar algumas das dificuldades.
O cuidado investido na produção visual é outro ponto digno de nota. Apesar de manter a tradicional jogabilidade em 2D, os belos e detalhados cenários são tridimensionais, separados em diversas camadas que dão uma convincente impressão de profundidade. Os efeitos de luz e sombra, assim como o uso de partículas e reflexos, igualmente contribuem para a tornar a jornada ainda mais fantástica, mas toda essa exuberância tem um preço: os requisitos mínimos que não deixam de ser exigentes para a plataforma Windows, pedindo um processador de 2GHz, 512GB de memória RAM, uma placa de vídeo Radeon X800 ou GeForce 6800 e 600MB de espaço livre no HD.
Mesmo reciclando a fórmula de títulos consagrados, Trine surpreende pela inovação proporcionada pelos criativos quebra-cabeças que desafiam os jogadores a dominar alguns dos fenômenos básicos da física. Com uma distribuição exclusivamente digital, a versão de demonstração, que não requer a presença do cliente Steam, pode ser transferida gratuitamente nesse link.
No site oficial, é possível obter outros detalhes, incluindo informações sobre a versão para o PlayStation 3. Imperdível!