Wolfenstein: um retorno ao inferno

Wolfenstein: um retorno ao inferno

Em 1992, época em que jogos com cenários tridimensionais não passavam de uma promessa distante, a id Software surpreendeu ao lançar um título que acabou tendo um papel fundamental na consolidação do popular gênero tiro-em-primeira-pessoa. Introduzindo o bravo soldado William “B.J.” Blazkowicz, e trazendo uma trama ambientada durante a Segunda Guerra Mundial, Wolfenstein 3D se destacou pela sua ousada proposta de transportar o jogador para o interior das bizarras instalações nazistas (jogue-o online visitando esse endereço)

Versão original de Wolfenstein 3D, rodando direto na janela do navegador

Versão original de Wolfenstein 3D, rodando direto na janela do navegador

Desafiando-o a sair vivo dos sofisticados labirintos formados pelos longos corredores e pelas centenas de salas que compunham o local, a tarefa não era nada fácil, principalmente devido à presença dos vorazes soldados, dos contínuos ataques de cães ferozes, dos abundantes monstros que surgiam de surpresa e das inúmeras armadilhas que levavam ao limite a capacidade de sobrevivência do herói, entre outras tantas peculiaridades.

O notável sucesso, no entanto, não ficou restrito apenas ao clássico. Vários títulos derivados das aventuras protagonizadas por Blazkowicz surgiram ao longo dos anos, como Return to Castle Wolfenstein, em 2001, e o aclamado Wolfenstein: Enemy Territory, edição gratuita lançada em 2003 e que reforçou a vocação da série de proporcionar empolgantes combates em rede ao introduzir novas modalidades de atuação, diversificando a participação dos jogadores devido ao emprego de classes que apresentavam habilidades específicas.

Com o lançamento de Wolfenstein, que marca a estreia da franquia nos consoles da geração atual, a id Software, em parceria com a Raven Software, optou por seguir um caminho ligeiramente diferente. Ao invés de investir na inovação das partidas online, o grande destaque ficou por conta da caprichada produção da campanha para apenas um jogador, revisitando algumas características que marcaram o clássico de 1992, como a exploração de elementos sobrenaturais, ao mesmo tempo em que apresentava uma convincente continuação da trama iniciada em Return to Castle Wolfenstein.

Mantendo a jogabilidade ágil e dinâmica, balanceando alguns fatos levemente inspirados na história com elevadas doses de ficção científica, a trama tem como ponto de partida a fictícia cidade de Isenstadt. O ano é 1943, ápice da Segunda Guerra Mundial, e os esforços dos Aliados para paralisar os avanços do Eixo começaram a demonstrar resultados. A guerra, por outro lado, estava longe de terminar. Rumores de que o Eixo estava em posse de artefatos misteriosos, capazes de produzir soldados indestrutíveis para as armas atualmente disponíveis, colocaram os Aliados em alerta.

Para investigar o que está acontecendo, e proteger os inocentes habitantes da cidade, Blazkowicz mais uma vez é convocado, tendo que empregar toda a sua força e coragem na tentativa de neutralizar a terrível ameaça. Mas será que a determinação e a habilidade do jogador, que assume as funções do herói, serão suficientes para enfrentar a imprevisibilidade das forças do mal? Especialmente quando as mesmas estão intensificadas pelos sinistros poderes sobrenaturais?

O que não faltam são opções para auxiliá-lo nessa árdua tarefa. Além das armas triviais, que incluem metralhadoras, pistolas e granadas, um eficiente disparador de partículas, que literalmente vaporiza os adversários, ajudam a dar conta do recado. Mas não é só isso. Após coletar um misterioso amuleto, será possível ativar o recurso capaz de desvendar uma dimensão paralela, permitindo apontar os pontos fracos dos adversários, desacelerar a ação do tempo, intensificar os danos produzidos pelos seus disparos e até gerar um prático escudo que o impedirá de ser atingido.

Tudo isso sem contar com as melhorias que podem ser feitas progressivamente nos armamentos, através da coleta de relíquias e documentos valiosos que devem ser trocados para adequar o seu poder de fogo na tentativa de enfrentar as futuras ameaças.

Contudo, por mais divertida que seja a campanha principal, as partidas online sempre foram um dos grandes atrativos da série. E, infelizmente, nessa edição, mesmo apresentando uma jogabilidade sólida, elas receberam pouca atenção em matéria de inovação. Apenas três modalidades foram incluídas: Team Deathmatch, em que um time deve abater um determinado número de adversários para vencer; Objective, que consiste em atacar ou proteger alvos pré-determinados; e Stopwatch, uma corrida contra o relógio em que um time deve cumprir as missões antes que o tempo se esgote. O número de classes que podem ser assumidas pelo jogador também foi limitado, oferecendo apenas três opções: soldado, médico e engenheiro.

Apesar desse deslize, o jogo, produzido para as plataformas Windows, Xbox 360 e PlayStation 3, certamente irá agradar os seguidores da franquia, e tem todos os elementos para atrair os apreciadores do gênero.

Confira outros detalhes no site oficial.